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Filmes de James Dean fazem revisão do mito do adolescente angustiado

Ciclo no Cinesesc traz os longas do ator e filmes de 30 minutos que ele protagonizou na TV

Mostra inclui produção sobre o ator Sal Mineo, parceiro de Dean, em que James Franco faz o papel do ídolo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se os anos 50 do século passado ficaram conhecidos por seus rebeldes fulgurantes, James Dean talvez permaneça como o modelo mais acabado desse tipo de atores cuja existência se confunde com os papéis que o tornaram conhecido. Um ciclo no Cinesesc resgata o mito

James Dean era, como Marlon Brando, Montgomery Clift ou Paul Newman, uma cria do Actor's Studio -escola que renovaria o tipo de interpretação do cinema americano. Nenhum teve carreira tão fugaz. Foram, a rigor, apenas três filmes, mas que marcaram a década e o cinema.

A rebeldia foi a marca desse momento. Dean não era um grosseiro, como o Brando de "Uma Rua Chamada Pecado", um tímido, como Montgomery Clift (praticamente a vida toda), um político como Paul Newman.

Todos eles dividiam a rebeldia com outra característica marcante. Apenas James Dean a colocava à frente de todas as outras e deixou, filme após filme, essa rebeldia se marcar como decorrente de uma profunda angústia.

Sua carreira começa, a rigor, quando Elia Kazan o chama para fazer o papel do filho em "Vidas Amargas". Ali, a busca angustiante pela mãe que não conhecia é o centro da ação. Algo bem a calhar para o jovem Dean, cuja mãe morrera de câncer quando ainda era criança.

Logo em seguida roda, com Nicholas Ray, "Juventude Transviada", talvez o mais perfeito retrato do mal-estar da juventude do pós-guerra.

Ali, Dean interpreta Jim Stark, o garoto que chega a uma nova cidade, inadaptado por excelência, quebrado por dentro, rebelde por fora, sempre disposto a provar sua virilidade. O momento mais célebre, sabe-se, é numa corrida de automóveis.

E James Dean era fanático por velocidade: sua morte se deu num acidente de estrada, quando guiava "Little Bastard", o seu Porsche de corrida, pouco depois -após as filmagens de "Assim Caminha a Humanidade", durante as quais esteve, por contrato, proibido de participar de corridas de automóvel.

No enorme painel da passagem do Texas de sociedade agrária a sociedade petrolífera feito por George Stevens, Dean contracenou com Elizabeth Taylor e Rock Hudson.

Ele era Jett, o rancheiro modesto apaixonado pela inacessível Liz Taylor que descobre óleo em plena superfície de suas terras e se torna da noite para o dia um magnata.

Também este era um papel próximo de sua existência, já que nunca pudera casar com Pier Angeli (a família dela, católica, não queria uma união com um protestante como James Dean), dada como a grande paixão de sua vida.

A morte trágica encerrou uma trajetória tão fugaz que o ator foi indicado duas vezes postumamente ao Oscar de melhor ator (em 1955 por "A Leste do Eden" e em 1956 por "Assim Caminha a Humanidade".

Não ganhou, mas o mito ficou. Sua marca no cinema é cada vez mais presente.

MOSTRA JAMES DEAN

QUANDO de hoje a quinta
ONDE Cinesesc (r. Augusta, 2.075; tel.0/xx/11/3087-0500)
QUANTO de R$ 1 a R$ 12

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