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Dinossauros cabeça

Após início caótico, consagração e baixas, Titãs reúnem formação original para celebrar 30 anos do 1º show

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando subiram ao palco do então recém-inaugurado Sesc Pompeia, em outubro de 1982 -no show que consideram a estreia da banda-, os Titãs do Iê Iê Iê tinham todos por volta de 20 anos.

"Era bem caótico, mas já tinha algum direcionamento", conta Paulo Miklos, hoje aos 53. "Que aquele projeto pudesse virar algo comercial era difícil de supor, mas a gente estava caprichando!".

Exatos 30 anos depois, com 17 álbuns na bagagem e após superar diversas reviravoltas na carreira -como a saída de alguns membros e a morte do guitarrista Marcelo Frommer, em 2001- os Titãs sobem nesse sábado ao palco do Espaço das Américas para uma grande celebração (ainda há ingressos à venda).

Pela primeira vez desde a época do "Acústico MTV", de 1997, estarão reunidos no mesmo palco todos os sete integrantes vivos de um dos mais importantes grupos do rock nacional.

Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin se juntam aos integrantes Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto para relembrar clássicos como "Marvin", "Igreja" e "O Pulso".

Mesmo que as saídas dos três primeiros não tenham ocorrido sempre de forma tranquila -a de Nando, tida pelos colegas como muito abrupta, foi a mais turbulenta-, Miklos diz que rusgas ficaram para trás. "São coisas menores, a vida anda. E existe uma admiração entre nós; tenho orgulho de ter tido esses caras na banda."

Nando vai na mesma linha: "Não são só 30 anos da banda, mas da minha vida. Vou encontrar meus amigos", diz.

Para os quatro que ficam, a vocação para ser banda é certamente o que mantém o grupo vivo e, até hoje, ativo.

"É natural que alguns dos membros tenham partido para a carreira solo, nos moldes dos 'divos' da MPB", diz Miklos, rindo, e relembrando que até os anos 1980 eram raras as bandas no cenário nacional. "Mas não acredito nesse papo de que você cresce e vira solo. Ser um grupo é um outro barato. É único."

TRAJETÓRIA

Nos primeiros discos, como "Cabeça Dinossauro", de 1986, a banda surgiu em São Paulo com um som pesado (que ia do punk ao reggae), e um discurso contundente.
Nos anos seguintes passaram por levadas mais brasileiras ("Õ Blésq Blom", de 1989) ou por discos de rock pesado ("Titanomaquia", de 1993), até virarem fenômeno pop no fim dos anos 1990.

Com o acústico (97), conheceram sucesso inédito. "Quando você vende dois milhões de discos, deixa de ser underground", diz Miklos.

Momentos mais turbulentos vieram nos anos 2000, começando pela morte de Frommer -"o período mais difícil não só da carreira, mas de nossas vidas pessoais"- e passando por fortes críticas negativas aos novos álbuns.

"Tem épocas em que buscamos caminhos novos, e aí você fica vulnerável e leva cada cacetada! Talvez seja merecido, talvez não. Mas as pessoas não percebem que você pode aparecer ali na frente com uma solução."

"Agora mesmo estamos revigorados". Cinquentões, mas, diz Miklos, ainda "sujos, malvados e agressivos!"

TITÃS 30 ANOS
QUANDO sáb., às 22h30
ONDE Espaço das Américas (r. Tagipurú, 795; tel. 2027-0777)
QUANTO de R$ 120 a R$ 200
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

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