Disco de estreia recebeu crítica elogiosa em 1984

No dia 11 de agosto de 1984, os Titãs apareciam com destaque em uma capa da "Ilustrada" sobre o "novo rock paulistano", na qual figuravam também Ultraje a Rigor, Ira! e Magazine.

Uma semana depois, "LP de estreia, em fina sintonia" foi o título da crítica do primeiro álbum dos Titãs publicada no caderno.

Assinada por André Singer, a elogiosa resenha vinha acompanhada de uma reportagem sobre o trabalho, no qual o jornalista debatia -citando uma apresentação no programa de Hebe Camargo- a estranheza que a banda gerava na grande mídia.

"O disco dos Titãs mostra um fino equilíbrio entre facetas diferentes da cultura moderna", dizia o texto, antes de citar como referências Jorge Mautner, Specials, Jimmy Cliff, Sidney Magal e Torquato Neto.

Dois anos antes, em 1982, a Folha já havia registrado de modo discreto o show de estreia da banda, com a nota: "Titãs do Iê Iê - O grupo se apresenta à meia-noite no Sesc Pompeia. Ingressos: Cr$ 500 [o equivalente hoje a R$ 12]".

Em 1986, o hoje clássico "Cabeça Dinossauro" (terceiro álbum do grupo) ganhava destaque em uma página inteira da "Ilustrada", que reservava um espaço para a letra de "Bichos Escrotos" -faixa proibida de tocar nas rádios e TVs pela censura da época.

Assinado por Marcos Augusto Gonçalves, o texto investigava o espírito urbano e ao mesmo tempo primitivo do disco.

"A tribo tem oito guerreiros e está em pé de festa e de guerra. Batucam e gritam. Os dinossauros descem dos viadutos e se escondem nos edifícios", dizia a abertura.

Daí para frente, até os dias de hoje, cada novo disco da banda ganhou espaço em reportagens e críticas -positivas ou negativas- nas páginas do caderno. (MGF)