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Municipal apresenta óperas da vanguarda austríaca do século 20

"Violanta" e "Uma Tragédia Florentina" são inéditas no repertório lírico de São Paulo

JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estreiam hoje, em sessão corrida no Theatro Municipal, as óperas "Violanta", de Erich Korngold (1897-1957), e "Uma Tragédia Florentina", de Alexander Zemlinsky (1871-1942). São peças belíssimas, raras no repertório e inéditas em São Paulo.

Os dois compositores fizeram parte da vanguarda musical austríaca do começo do século 20. Também foram forçados ao exílio pelo nazismo e morreram nos EUA.

A Orquestra Sinfônica Municipal estará sob a batuta de Luís Gustavo Petri, que obtém uma sonoridade transparente de um emaranhado complicado das partituras sinfônicas.

A direção cênica será de Felipe Hirsch, e os cenários, de Daniela Thomas e Felipe Tassara. O trio foi responsável, em 2008, por "O Castelo do Barba Azul", uma das montagens mais originais na história do teatro lírico paulistano.

"Korngold compunha ópera de um jeito mais melódico, como se estivesse fazendo trilha para o cinema, enquanto em Zemlinsky a música está a serviço de uma concepção mais teatral", diz Petri.

No caso de Korngold, faz mais que sentido. Entre 1930 e 1950 ele trabalhou para Hollywood e escreveu trilhas de sucesso, como para a versão de 1938 de "Robin Wood".

Zemlinsky teve um perfil mais discreto. Escreveu óperas, sinfonias, mas morreu sem reconhecimento.

Hirsch diz-se presenteado pelo caráter insólito das personagens femininas. Na de Korngold, Violanta (a soprano Eiko Senda) atrai o sedutor responsável pelo suicídio da irmã. Mas se deixa seduzir por ele e morre em seu lugar.

Na ópera de Zemlinsky, baseada em Oscar Wilde, a personagem Bianca (a soprano Céline Imbert) trai o marido, mas se reapaixona quando ele mata o amante dela.

De certo modo, afirma Hirsch, são duas relações afetivas trianguladas e com desfecho bastante inesperado.

Os cenários são eficazes e simples. "Violanta" se passa durante o Carnaval, em Veneza, no século 15. Os figurinos são de época, mas a ação se restringe a um quadrilátero coberto por uma tela transparente, na qual são projetadas as imagens do corpo afogado de Nerina, a irmã de Violanta.

Em "Uma Tragédia", em Florença do século 16, os cantores portam terno e gravata e vestidos modernos. Mas o ambiente é de uma nudez abstrata, com uma imensa caixa de concreto sobre o palco.

VIOLANTA E UMA TRAGÉDIA FLORENTINA

QUANDO hoje, amanhã, ter., qui. e sáb., às 20h, e dom., às 17h
ONDE Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº; tel. 0/xx/11/3397-0327)
QUANTO de R$ 40 a R$ 100
CLASSIFICAÇÃO 10 anos

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