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FOCO

Cidade do petróleo é sede de fórum de sustentabilidade

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Paulínia, cidade do interior paulista escolhida para sediar a segunda edição do SWU -festival de música e fórum de sustentabilidade que começa hoje-, deve cerca de 51% de seu orçamento a repasses da Petrobras pelo refino de petróleo.

Ambientalistas ouvidos pela Folha apontam contradição na escolha, mas afirmam que, se o fórum suscitar debates críticos sobre o uso do petróleo, pode ser positivo.

"Paulínia está longe de ser um município sustentável, é até uma hipocrisia", diz Mohamed Habib, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp.

"Eu não optaria pelo município mais poluído da região. Por outro lado, se alertar a população para a realidade local, pode ser bom."

O relatório sobre qualidade do ar da Cetesb (agência ambiental do Estado) destaca Paulínia como fonte de poluição na região de Campinas por contar "com um grande parque industrial".

O diretor de políticas públicas da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, um dos participantes do fórum de sustentabilidade que ocorrerá durante o festival, diz que a cidade pode repensar seu modelo econômico.

"O mundo do petróleo está na contramão do que falamos", afirma. "Mas podemos fazer de Paulínia um lugar onde ele seja usado com benefício para a sociedade."

Já o ambientalista Henrique Padovani, presidente da Associação Paulinense de Preservação Ambiental, acha que faltam iniciativas nessa direção e critica a inatividade do Conselho Municipal de Meio Ambiente. "Sem um conselho ativo, não há um desenvolvimento sustentável."

O diretor geral do SWU, Helder Castro, diz que a cidade foi escolhida porque mostrou um compromisso em mudar o perfil. "Paulínia apresentou um plano de sustentabilidade sério e, a partir de 2012, irá implantar as melhores práticas do setor."

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