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Instrumental vive momento de frescor

Revitalização do gênero atrai público para sonoridades ainda pouco exploradas

FABRICIO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Free jazz, afrobeat, o som dos terreiros ou mesmo o "avant-garde" erudito.
Embebido por referências diversas, o formato instrumental tem vivido um momento de muito frescor, como atestam novos discos e projetos conduzidos por artistas brasileiros.
Essa revitalização do gênero musical tem ajudado a derrubar certos preconceitos e atraído um público atento a sonoridades envolventes e pouco exploradas.
"A cidade vive um momento grandioso na música instrumental, autoral. O público está procurando novos sons para curtir, especialmente ao vivo, o que tem permitido o desenvolvimento de uma relação bastante instigante", afirma à Folha o baterista Flávio Lazzarin.
Ao lado de André Calixto (sax), ele conduz o duo FLAC que, após o explosivo álbum "Vol. 3", desenvolveu um trabalho de resgate do universo de velhas cantigas de roda.
O resultado, "Cirandas Brasileiras", é um conjunto de incendiárias releituras free jazzísticas de temas como "Atirei o Pau no Gato" e "Cai, Cai, Balão".

PARA DANÇAR
Em uma via mais dançante, desponta o saxofonista Thiago França. Seu mais recente projeto, o Sambanzo, explora elementos do samba, a improvisação jazzística e o suingue africano -música para não ficar parado.
"Os grupos instrumentais estão conquistando cada vez mais público. Mas não no sentido de que o público está sendo convertido à música instrumental. O público já está aí há muito tempo esperando essas bandas aparecerem", avalia França.

PARA O SILÊNCIO
Em uma concepção diversa, para ser apreciado em silêncio, está o Moksha Trio.
Apoiado em piano, baixo e bateria, o trio se define como oriundo de fontes do jazz e do erudito contemporâneo, permeado por estruturas rítmicas afro-brasileiras.
Apesar da relativa sofisticação, Gilberto Ferri, pianista do trio, diz que tem sido "mais bem aceito pelos não iniciados em música do que pela maioria dos músicos".
A busca por novos rumos no instrumental tem resultado em vários outros exemplares com um tipo de luz própria, como Otis Trio, JPG Quarteto e Michel Leme.
Na seara mais tradicional do gênero, merece atenção João Rabello, talentoso jovem nome do violão.

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