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Bixiga 70 sacode a cena com disco de "afrotudo" à brasileira

MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO

O portão do nº 70 da rua Treze de Maio, no bairro paulistano do Bexiga, mal parava fechado. Um entra e sai de mentes fervilhantes dava conta de que ali, no estúdio Traquitana, um batuque diferente ganhava contornos.
Décio 7, Cris Scabello e outros oito músicos paulistanos compartilhavam naquele endereço o resultado de suas apuradas pesquisas musicais para criar uma sonoridade autoral e dar uma sacudida na cena instrumental.
Desses encontros nasceu o disco de estreia da big band Bixiga 70, lançado neste mês.
Tão vigoroso quanto os shows da trupe, o álbum destila influências que vão além do afrobeat, rótulo que persegue a banda (montada aos moldes das orquestras afro). Desde os primeiros shows, no fim de 2010, a ligação com o Africa 70, grupo do nigeriano Fela Kuti, foi imediata.
"Era muita sincronia para a gente desprezar", brinca Cuca Ferreira, sax barítono. "Mas [a classificação] acaba não dizendo tudo sobre a gente", faz questão de acrescentar o guitarrista Scabello.
O espectro de referências do conjunto se estende desde o afrojazz do etíope Mulatu Astatke até o djembê de Famoudou Konate, desde o candomblé até o calypso. Vai de Gilberto Gil a Nação Zumbi. "Somos filhos desse 'afrotudo' do Brasil", define o baixista Marcelo Dworecki.
Dizem também que foi naquele mesmo nº 70 que Benito di Paula compôs "Retalhos de Cetim" e que Stevie Wonder deu uma canja.
Décadas depois, a bênção da "igrejinha", apelido do estúdio, se perpetua: Gilles Peterson, DJ da rádio BBC, anda tocando o som do Bixiga 70 na Inglaterra.

"BIXIGA 70": LANÇAMENTO
QUANDO dia 2/12, às 21h
ONDE Cine Joia (pça. Carlos Gomes, 82, 0/xx/11/3231-3705)
QUANTO não divulgado

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