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Software respeitado como artista?

GEMMA KAPPALA-RAMSAMY

TRADUÇÃO RODRIGO LEITE

Em 2006, o acadêmico Simon Colton, que pesquisa criatividade computacional no Imperial College, em Londres, começou a investigar se um software capaz de criar arte pode ser tão levado a sério quanto um artista humano.

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Pergunta - De onde veio a ideia do programa Painting Fool?

Simon Colton - Por hobby, criei um software que transformaria fotos em obras artísticas, mas há seis anos trouxe isso para o meu campo de pesquisas. Percebi que o Painting Fool era um ótimo mecanismo para testar todo tipo de teoria, como o que é ser criativo para um software. O objetivo é que um dia o software seja levado a sério como artista por mérito próprio.

Como funciona?

O Painting Fool produz obras de arte de várias maneiras. A primeira é a mais simples: o software pinta conforme uma base definida pelo usuário, como uma foto.

Mas no ano passado fiz uma exposição em Paris chamada "Nenhuma Foto Foi Maltratada", que desafiava a percepção do público sobre a arte por computador.

Uma das obras que mostrei era "The Dancing Salesman Problem", em que as figuras foram geradas por uma gramática de desenho sem contexto, o que é similar à estrutura gramatical das línguas naturais, só que para imagens.

Também juntei o Painting Fool a um software de detecção de emoções feito por Maja Pantic, minha colega, para que ele pintasse imagens em diferentes estilos, de acordo com o humor do retratado, como "Really Sad", feita com a minha imagem, na qual ele escolheu cores suaves e grafite. Cada projeto tenta desafiar uma noção sobre os programas de computador -de que não conseguem ser imaginativos, de que não conseguem apreciar como o resultado pode afetar as pessoas.

Como o sr. saberá quando o Painting Fool for levado a sério como artista?

As pessoas querem saber que a obra de arte foi construída com um processo de pensamento inteligente, então, talvez, quando o software produzir obras que sejam culturalmente valiosas, que as pessoas comentem e que não sejam necessariamente algo que me entusiasme estética ou conceitualmente, isso seria um bom indicador da sua independência em relação a mim.

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