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Aluguéis altos incentivam criação de repúblicas tardias

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As quatro horas diárias que perdia no trajeto entre sua casa, em Interlagos (zona sul), e seu trabalho, em Perdizes (zona oeste), levaram a publicitária Patrícia Barbosa, 37, a buscar um imóvel mais próximo do escritório.

Para driblar os custos com aluguel e contas básicas, decidiu dividir um apartamento. Logo soube que uma amiga teria uma vaga em uma casa térrea no Sumaré, próxima ao metrô Vila Madalena. Não pensou duas vezes.

"Morar em uma casa em São Paulo, em um lugar tão bem localizado, é um privilégio", comenta. Outra vantagem é que ganhou um companheiro diário: o gato Nuk, que já vivia ali.

O compartilhamento de imóveis, hábito entre universitários, tornou-se alternativa para profissionais que sentiram a alta de aluguéis.

O reajuste dos valores de locação residencial na capital paulista bateu 19,8% nos contratos novos realizados nos últimos 12 meses, até novembro. Essa é a maior variação registrada pelo Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) em sua série histórica, iniciada em 2005.

O aumento pesou mais para quem vem de cidades com menor custo de vida para São Paulo. Os mineiros Alexandro Gandur, 27, e Dyenifer Almeida, 23, alugam, desde fevereiro, um quarto do apartamento onde moram.

"É uma maneira de aliviar os custos", diz Gandur. Pode parecer estranho um casal dividir o espaço com alguém que não é da família. Mas ele garante que a convivência não interfere na intimidade.

Ao compartilhar um imóvel locado, o modo de evitar problemas com o proprietário é incluir o nome de todos os moradores como locatários no contrato de aluguel.

"Em caso de alteração de nomes, pode ser feito um aditivo", explica Jaques Bu-shatsky, diretor de legislação do inquilinato do Secovi-SP.

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