Vila (?) Mariana

	Simon Plestenjak/Folhapress
	As casas da vila desaparecem em meio à profusão de prédios

Vizinha do parque Ibirapuera e da avenida Paulista, dois cartões-postais de São Paulo, a Vila Mariana, na zona sul, é um distrito privilegiado. Com ampla oferta de serviços, a região tem cerca de 90 escolas, 30 hospitais, 50 praças, sete faculdades e seis estações de metrô.

Não à toa o distrito ocupa o segundo lugar em número de lançamentos residenciais, com um total de 71 empreendimentos nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento da empresa de pesquisas Geoimovel. O estudo norteia a série Raio-X Imobiliário, publicada todos os domingos no caderno "Imóveis" e no endereço folha.com/raioximobiliario.

No site, em um mapa interativo, o usuário pode conferir endereço, área e valor do metro quadrado de cada um dos lançamentos.

Segundo o levantamento, a Vila Mariana recebeu cerca de 4.500 novos apartamentos nesse período, em um acelerado processo de verticalização. O metro quadrado saltou de R$ 5.544 para R$ 10.133 desde 2007 -um aumento de cerca de 83%, porém abaixo da média da cidade (113%).

"É um bairro com infraestrutura completa e bem localizado, próximo ao parque Ibirapuera. Ainda assim, tem preço inferior ao de bairros vizinhos, como Moema e Vila Nova Conceição. Esses fatores favoreceram o grande volume de lançamentos no distrito nos últimos anos", diz Ricardo Gonçalves, coordenador do curso de pós-graduação em Negócios Imobiliários da Faap.

De acordo com a Geoimovel, outros dez empreendimentos residenciais serão lançados em breve na região. No entanto, a tendência é de queda no ritmo, segundo Celso Amaral, diretor corporativo da empresa de pesquisas. "Hoje já não há tantos terrenos disponíveis na Vila Mariana. Agora, para construir, é preciso unir terrenos de vários imóveis, o que é mais difícil e caro."

Oswaldo Baccan, 56, presidente da associação dos moradores da Vila Mariana, aponta, além da verticalização, um "novo perfil". "É uma região que oferece qualidade de vida. Está crescendo 'para cima' e virando um 'point'", diz em referência aos novos bares e restaurantes.