São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

Próximo Texto | Índice

Classe média à espera

Moradias de R$ 350 mil a R$ 500 mil aguardam pacote que barateia seu financiamento

Marcelo Justo/ Folha Imagem
O bairro da Mooca, tradicional pelas casas, teve muitos lançamentos para a classe média

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado paulistano de imóveis que custam de R$ 350 mil a R$ 500 mil, voltados para famílias de classe média, foi o que mais sentiu os efeitos da crise econômica, na opinião de construtores e incorporadores.
"Esses produtos tiveram uma parada [nas vendas] com o medo da crise e a notícia de que os bancos estão mais rigorosos na concessão de crédito", afirma Odair Senra, vice-diretor do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil).
Apesar da retração geral, a redução foi menor nos segmentos populares pela necessidade de comprar o primeiro imóvel aliada ao crédito barato. Na classe alta, segue a busca por oportunidades com pagamento à vista, para investimento e moradia, em ritmo mais lento.
Já o comprador médio -famílias com renda mensal de R$ 6.000 a R$ 10 mil- prefere manter o dinheiro guardado. "Ele não quer mudar o nível de vida, quer incluir a prestação sem alterar contas como escola das crianças ou aluguel", explica Mirella Parpinelle, diretora de atendimento da Lopes.

Horizonte
O mercado aguarda o anúncio do governo sobre um pacote de medidas para o setor da construção -seria na última quarta-feira, mas foi adiado.
Dentre as propostas em estudo, está elevar o limite do valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação, que usa recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), de R$ 350 mil para o patamar dos R$ 500 mil.
Feito pela Abecip (associação de entidades de crédito), o pedido objetiva o acesso da classe média ao crédito mais barato.
"[O mercado] até R$ 350 mil está bem assistido. Acima de R$ 750 mil, o comprador em geral não usa financiamento", diz Feliciano Giachetta, presidente da FGi Negócios Imobiliários.
Se a proposta for aceita, o comprador do segmento médio terá juros de crédito por volta de 9% ao ano -hoje, giram em torno de 12%. Mas há outro problema: são poucos os lançamentos para a classe média.


Próximo Texto: Classe média em espera: Incorporadores querem pacote para aumentar vendas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.