São Paulo, domingo, 01 de maio de 2011

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Integração de softwares é entrave ao uso do BIM

Código universal de linguagem, em progresso, busca sanar o problema

Especialistas preveem um prazo de cinco anos até que o novo sistema esteja pronto para ser aplicado por brasileiros

DA ENVIADA A WALTHAM (EUA)

A implantação do BIM, no Brasil e também internacionalmente, ainda enfrenta obstáculos, como a incompatibilidade entre softwares de diferentes fornecedores.
O sistema funciona quando um arquiteto que utiliza determinada marca de programa pode enviar um projeto ao engenheiro hidráulico que utiliza uma diferente, mas que reconhece as informações dos modelos em 3D.
Quando isso não acontece, é necessário complementar a tarefa com softwares em 2D, mais usados atualmente.
"[No BIM] é necessário trabalhar com todas as partes que envolvam o projeto, mas ainda há programas que não operam entre si", afirma Fernando Correa, engenheiro e membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
"Neste momento inicial enfrentamos dificuldades", comenta Miriam Addor, coordenadora do grupo de trabalho BIM da AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura).
Com a evolução do sistema nos próximos anos, a tendência é cada vez mais softwares adotarem códigos de uma linguagem universal do BIM, a IFC ("Industry Foundation Classes") -ainda em desenvolvimento-, permitindo que sistemas diversos leiam o mesmo modelo.
No Brasil, a situação se agrava pela falta de bibliotecas nacionais. São bancos de dados informatizados dos itens usados na obra, como ferros, portas, materiais de revestimento, paleta de cores de tintas, tubos e conexões.

MODELOS ADAPTADOS
Esses modelos digitais são necessários para que arquitetos, designers e engenheiros construam virtualmente a obra pelo sistema. "Hoje não há modelos apropriados ao nosso mercado", diz Sergio Kasazima, vice-presidente da Abrasip (Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais).
Os profissionais que utilizam o BIM no Brasil em geral usam dados de bibliotecas americanas e adaptam as informações ao nosso mercado, ou produzem modelos de acordo com o cliente.
"Mas é difícil, os itens estrangeiros, bombas, quadros elétricos, luminárias, têm dimensões diferentes. É papel dos fornecedores já prover esses modelos de acordo com nosso padrão de consumo", complementa Kasazima.

EVOLUÇÃO
Isso já começa a acontecer e é uma tendência, segundo especialistas. A Tigre, empresa de tubos e conexões de PVC, por exemplo, informou à Folha que irá disponibilizar para "download" gratuito o aplicativo TigreCAD a partir deste mês em seu portal (www.tigre.com.br).
O software permite visualização em 2D e 3D, confere o sistema hidráulico predial segundo as normas brasileiras e informa se o projeto está de acordo com as pressões máxima e mínima e o diâmetro das linhas prediais de água fria e quente e esgoto.
Outro entrave é o treinamento de profissionais. "Todos devem saber usar as tecnologias, desde o arquiteto até o empreiteiro", diz o engenheiro Fabio Nakayama, da Soeng Engenharia. (BB)


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