|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Compradores se uniram antes da falência
da Reportagem Local
O dentista Mauro Gherson, 37,
antecipou-se à falência da Encol
montando uma comissão de
compradores do Maison Royale,
na Vila Mariana (zona sudoeste),
e retomando a obra antes mesmo
de ter o alvará judicial para isso.
A história dos compradores
desse condomínio de apartamentos de três dormitórios é um
exemplo do que pode fazer a
união das vítimas da Encol.
Em março de 1996, dois anos
depois da compra, Gherson conta
que, ao visitar a obra, percebeu
que ela estava parada.
"Na época, não saía nada da Encol na imprensa. Tentei fazer uma
assembléia com os compradores,
mas ninguém me dava a lista com
os nomes", diz.
"Consegui a lista na Justiça. A
partir daí, eu e outros condôminos colocamos faixas na rua, chamando todos os compradores."
Segundo Gherson, o grupo colocava todo dia a faixa na frente do
prédio, e funcionários da construtora a retiravam à noite.
"No fim de 96, já tínhamos um
bom grupo e começamos a entrar
com ações na Justiça contra a Encol. A primeira que vencemos foi
a que nos dava posse do terreno."
Na época, já próximo à falência
da empresa, cerca de 50% do valor do condomínio já havia sido
pago à Encol, que, com esse dinheiro, havia executado somente
o início da obra.
Hoje, o condomínio está pronto. "E o dinheiro gasto para isso
saiu daqueles 50% que restavam
para pagar", afirma Gherson.
Texto Anterior: Pós-falência: 70 "esqueletos" da Encol são retomados Próximo Texto: Aberto para reforma: Falta de manutenção desativa espaço de lazer no Cambuci Índice
|