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Extremos do aluguel
Valores de locação em São Paulo vão de R$ 5 a R$ 30 por m2
DA REPORTAGEM LOCAL
Onde é mais caro e onde é
mais barato morar de aluguel
em São Paulo? Para mostrar esse ranking, a Folha pesquisou
os bairros mais econômicos e
os mais luxuosos, com base em
levantamento do Secovi-SP
(sindicato de administradoras
e imobiliárias) de maio.
O estudo envolve 80 imobiliárias, "10% do total da cidade", dimensiona Cicero Yagi,
52, da Clave Consultoria, que
faz a pesquisa em 24 bairros.
Em um extremo, dois-dormitórios nos Jardins (zona
oeste) alcançam R$ 15 (por m2).
No outro, casas de três quartos
em São Miguel Paulista (zona
leste) beiram os R$ 5 (por m2).
As cifras seguem o padrão do
bairro, por isso os mais caros
são Jardins, Moema e Vila Nova Conceição (os dois últimos,
na zona sul). Este não está na
pesquisa, pois, devido ao pequeno número de contratos fechados, não teria relevância estatística -mas o m2 locado custa R$ 30, em média.
"Na Vila Nova Conceição,
quase ninguém compra um
apartamento de R$ 6 milhões
para alugar", observa Moacyr
Oliveira, 51, supervisor de locação da imobiliária Hubert.
Os aluguéis milionários têm
universo restrito de inquilinos.
"São altos executivos estrangeiros de multinacionais que
vêm trabalhar por um tempo
no país, com a família, e são
custeados pelas companhias",
especifica Ana Paula Pellegrino, 35, diretora de locação da
Aabic (associação das administradoras). "Ou empresários
que usam o que gastariam em
compra de imóvel como capital
de giro em suas empresas."
Os menores preços de locação "estão em bairros periféricos", avalia José Roberto Federighi, 38, vice-presidente de locação do Secovi-SP.
Além de São Miguel Paulista,
o valor despenca em bairros da
zona leste, como São Mateus e
Vila Matilde, e do extremo sul,
como Campo Limpo. Neles,
R$ 200 já cobrem o aluguel.
Mas não é só a localização
que conta. Itens como o estado
do imóvel, o número de vagas
de garagem, o valor do condomínio e a infra-estrutura da vizinhança também influenciam.
"Nos imóveis de um e de dois
quartos, estar perto do metrô é
importante", diz Federighi.
Andar poucas quadras significa grande diferença para o
bolso. "Na Vila Nova Conceição, os preços sobem perto da
rua Afonso Brás e caem nas
proximidades da avenida Santo
Amaro", mapeia Pellegrino.
Meio-termo
Para quem não quer morar
"no 8 ou no 80", uma dica é procurar o imóvel "pelas beiradas"
das zonas de maior valor.
"Pode-se pagar o preço de
Santa Cecília e estar ao lado de
Higienópolis [centro]", pontua
Fernando Fornícola, diretor da
Aabic. "Quem não pode alugar
no Itaim Bibi escolhe áreas
mais velhas da Vila Olímpia
[zona oeste]."
O centro é uma opção com
acesso fácil. "O aluguel de um
apartamento na avenida São
Luís custa 50% do de um similar nos Jardins", diz Oliveira.
Para unidades de um quarto, o
m2 locado no centro é o quinto
mais caro da cidade (R$ 12,75).
Em trechos bem degradados
da região, a procura por um
imóvel para alugar é pequena,
"como na rua Amaral Gurgel",
afirma Roseli Hernandes, gerente de locação e vendas da
imobiliária Lello. "Tem gente
que não quer morar ali nem de
graça."
(EDSON VALENTE)
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