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HISTÓRIA PRESERVADA
Prédios antigos de Recife e Olinda, em Pernambuco, ganham novo perfil após restauração
Bares revitalizam o centro histórico
da Reportagem Local
O bairro do Recife, o mais antigo
da cidade e que por muito tempo
ficou estigmatizado como antro de
prostituição, abriga hoje alguns
dos bares e casas noturnas mais
procurados por turistas e pessoas
da classe média de Recife (PE).
Alvo de um processo de revitalização desde 94, o bairro, originalmente um misto de residências e
comércio, tem tido seus imóveis
restaurados por empresários da cidade para uso comercial.
Para o arquiteto Noé Sérgio do
Rego Barros, que com seus escritório já restaurou cerca de sete imóveis na cidade, os centros urbanos
perderam a função residencial.
"Existe um trabalho para trazer as
residências novamente para o centro, mas isso vem aos poucos."
Os empresários que participam
da reciclagem do centro histórico
da cidade recebem da prefeitura
incentivos fiscais e isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial
Urbano). Mas para isso o projeto
deve ser aprovado por técnicos da
administração municipal.
Segundo Barros, o governo deu
início ao processo, no início da década de 90, restaurando três imóveis. Hoje a iniciativa privada é a
responsável por toda a revitalização do bairro.
"O mais interessante é que os
empresários têm negociado diretamente com os proprietários dos
imóveis", afirma.
O bar Depois do Escuro, que
ocupa um dos edifícios tombados
do bairro do Recife, é, segundo
Barros, fruto de um desses acordos. "O prédio que pegou fogo há
alguns anos e estava completamente abandonado foi restaurado.
Para isso, o proprietário do imóvel
negociou com o dono do bar uma
carência no aluguel."
Para Barros, a restauração não só
é importante para a história da cidade como é uma área de atuação
que se abre para os arquitetos.
"A partir dos anos 80, a Universidade Federal instituiu a disciplina intervenção em sítios históricos
no curso de arquitetura", afirma.
Olinda
Na antiga estação de bonde Machombomba, em Olinda, o estilista e empresário Beto Kelner, 34,
montou uma de suas lojas.
Segundo Kelner, o prédio de 250
m2 estava em ruínas. Um estudo
da arquiteta Silvana Gondin com a
prefeitura da cidade possibilitou a
recuperação do imóvel.
"É um conjunto de prédios em
volta da praça do Carmo, que também já foi revitalizada", afirma.
Kelner diz que o investimento
inicial foi da ordem de US$ 100 mil.
Hoje ele tem 20 anos de posse do
imóvel e paga um aluguel mensal
que aumenta gradativamente.
O empresário também tem uma
casa noturna, a Fun House, em
uma antiga fábrica de café, na Torre, bairro central.
Para Kelner, o sentido principal
é recuperar os prédios antigos que
embelezam a cidade.
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