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Mais que o zoneamento urbano, incorporadores reduzem a 5 as regiões com potencial para prédios altos
Mercado também restringe arranha-céus
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não é só o zoneamento urbano
da capital que provoca um limite
vertical. Na prática, o mercado
imobiliário tem interesses ainda
mais restritos: apenas cinco regiões-das aptas a receber empreendimentos com área construída de
até quatro vezes a do terreno-
devem atrair investidores, segundo análise de especialistas.
Entre as mais cotadas estão as
cercanias da av. Jornalista Roberto Marinho (zona oeste), alvo de
uma operação urbana (região escolhida pela prefeitura para a realização de melhorias urbanísticas)
desde 2001. "Elas vão trocar de pele", afirma João d'Avila, diretor da
Amaral d'Avila Engenharia de
Avaliações. "Os imóveis atuais
darão lugar a uma nova cidade."
Sonho
E é lá que a Cyrela está erguendo
o Mandarim, residencial que será
o mais alto da cidade, com 137 m.
"Além de um ótimo investimento, a vista que terei [ele comprou a
cobertura dúplex, no 39º e no 40º
andares] é tudo que sonhei para
mim", comemora o engenheiro
Fernando Mantovani Iasi, 29.
O pólo de crescimento estende-se até a av. Dr. Chucri Zaidan (zona oeste). "Há muitos galpões",
explica d'Avila. "Surgirão ali empreendimentos comerciais e residenciais", corrobora Paulo Menezes, 48, diretor da consultoria Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). "E com um
padrão urbanístico menos frio
que o da Faria Lima, que tem muito concreto", compara.
Na zona leste, o Tatuapé e o Jardim Anália Franco, onde há Z3
(uso predominantemente residencial de densidade média),
também atraem os incorporadores. "Ali há infra-estrutura, metrô
e vias de acesso", analisa.
Na região da operação urbana
Água Branca (zona oeste), em vigor desde 1995, os consultores
destacam uma faixa compreendida entre a rua Turiassu e a avenida Francisco Matarazzo, próxima
ao bairro de Perdizes.
Já o centro, com uma área de Z5
(uso misto com alta densidade) e
alvo de uma operação urbana iniciada em 1997, é visto com mais
desconfiança por Menezes. "Tem
a estrutura ideal, com muitos
imóveis subutilizados para desapropriar, mas está feio e largado."
Impacto
Independentemente disso, "São
Paulo sofre a falta de preparo do
espaço e da infra-estrutura urbana para erguer novos edifícios altos", atesta a professora Joana
Gonçalves, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, especialista no impacto de arranha-céus.
Para Ivan Maglio, diretor de
planos urbanos da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano,
o problema está na falta de infra-estrutura viária. "Não podemos
concentrar muitas pessoas em
um único endereço se não podemos oferecer transporte adequado", diz. E cita Nova York e Londres como cidades que têm grandes torres graças ao maior número de estações de metrô.
(EDSON VALENTE E ELENITA FOGAÇA)
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