São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Bancos limitam crédito para classe média em 80% do bem

R$ 400 mil é o valor máximo de financiamento ofertado pelo SFH

Roberto Price/Folha Imagem
CASA PRÓPRIA
Ingrid Cascelli, 28, pretende usar seu fundo de garantia para comprar apartamento com o marido, Diego Cascelli. "O imóvel que queremos vai custar cerca de R$ 400 mil", diz a arquiteta


CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar da medida do governo, anunciada no dia 25 de março, ampliar para 90% o percentual que pode ser financiado de um imóvel no valor máximo do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), bancos consultados pela Folha seguem fixando esse limite em 80%.
A nova resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) alterou o teto do preço do imóvel a ser financiado pelo SFH de R$ 350 mil para R$ 500 mil. Também definiu que o valor máximo a ser financiado é R$ 450 mil, sem apontar limite percentual ao valor do imóvel.
Ou seja, um apartamento de R$ 450 mil poderia ser integralmente parcelado, enquanto um imóvel de R$ 500 mil teria concessão de crédito apenas para 90% de seu valor.

Realidade
No entanto, nem mesmo a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil oferecem essa possibilidade, pois financiam, no máximo, 80% do valor do bem. "Essa limitação é por uma questão de segurança, para que o sistema seja sadio", explica Josué Pancini, diretor de financiamentos do Bradesco.
Na prática, há duas novidades para a classe média: imóveis de até R$ 500 mil podem ser financiados com juros mais baixos, até 10,5% anuais (pela Caixa), e o comprador pode usar recursos de seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para comprá-lo. As regras já estão em vigor.
"O trabalhador pode sacar seus recursos para imóveis cujo valor máximo é definido pelo SFH", explica Paulo Furtado, secretário-executivo do Conselho Curador do FGTS. Até então, o limite era de R$ 350 mil.
Para o mercado, o aumento nos valores servirá para reduzir estoques e concretizar novos lançamentos. "Essa parcela da população não era atendida pelo crédito barato", diz João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).


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