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Bancos limitam crédito para classe média em 80% do bem
R$ 400 mil é o valor máximo de financiamento ofertado pelo SFH
Roberto Price/Folha Imagem
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CASA PRÓPRIA
Ingrid Cascelli, 28, pretende usar seu fundo de garantia para comprar apartamento com o marido, Diego Cascelli. "O imóvel que queremos vai custar cerca de R$ 400 mil", diz a arquiteta
CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar da medida do governo, anunciada no dia 25 de
março, ampliar para 90% o percentual que pode ser financiado de um imóvel no valor máximo do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), bancos consultados pela Folha seguem fixando esse limite em 80%.
A nova resolução do CMN
(Conselho Monetário Nacional) alterou o teto do preço do
imóvel a ser financiado pelo
SFH de R$ 350 mil para R$ 500
mil. Também definiu que o valor máximo a ser financiado é
R$ 450 mil, sem apontar limite
percentual ao valor do imóvel.
Ou seja, um apartamento de
R$ 450 mil poderia ser integralmente parcelado, enquanto
um imóvel de R$ 500 mil teria
concessão de crédito apenas
para 90% de seu valor.
Realidade
No entanto, nem mesmo a
Caixa Econômica Federal e o
Banco do Brasil oferecem essa
possibilidade, pois financiam,
no máximo, 80% do valor do
bem. "Essa limitação é por uma
questão de segurança, para que
o sistema seja sadio", explica
Josué Pancini, diretor de financiamentos do Bradesco.
Na prática, há duas novidades para a classe média: imóveis de até R$ 500 mil podem
ser financiados com juros mais
baixos, até 10,5% anuais (pela
Caixa), e o comprador pode
usar recursos de seu FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço) para comprá-lo. As
regras já estão em vigor.
"O trabalhador pode sacar
seus recursos para imóveis cujo valor máximo é definido pelo
SFH", explica Paulo Furtado,
secretário-executivo do Conselho Curador do FGTS. Até então, o limite era de R$ 350 mil.
Para o mercado, o aumento
nos valores servirá para reduzir estoques e concretizar novos lançamentos. "Essa parcela
da população não era atendida
pelo crédito barato", diz João
Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).
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