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Férias divididas
"Time share" oferece posse definitiva de parte de uma casa de veraneio
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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Anne Gerymaia adquiriu uma propriedade fracionada em Fortaleza |
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Grandes resorts ou casas de
praia em condomínios de luxo
para usufruir nas férias -quem
não quer? Melhor ainda: com
custos repartidos que refletem
exatamente o uso do imóvel.
A popularização no país do
"time share", conceito popular
nos Estados Unidos e na Europa e que significa compartilhar
entre associados um refúgio de
descanso, tem hoje como aliados novos investimentos nesse
tipo de produto.
Quem contrata o sistema em
seu formato tradicional adquire o direito, geralmente por um
tempo de cinco anos, de ocupar
unidades hoteleiras ou flats de
uma rede por um certo número
de semanas ao ano.
A novidade são empreendimentos que negociam não apenas esse tipo de posse temporária: o cliente torna-se dono permanente de parte de um imóvel
de veraneio.
É assim, por exemplo, que a
empresa Brasil USA Resorts
comercializa casas de alto padrão em Fortaleza (CE).
"O preço varia de acordo com
a temporada e a capacidade de
ocupação de cada unidade", explica Wallace Gobbo, diretor de
vendas da empresa. "Nosso menor valor é de R$ 7.000, para
uso de uma semana por ano."
Com esse valor, o consumidor se torna, contratualmente,
dono de uma parte do imóvel.
"Vendemos com registro imobiliário", aponta Gobbo.
Para custear o condomínio,
novamente o esquema é o fracionamento. "Quem compra
um mês paga proporcionalmente mais do que quem adquiriu só uma semana. Esse valor [o menor] é de R$ 400 por
ano", contabiliza Gobbo.
A Bahia também já oferece
esse tipo de opção de compra.
Lá o Itacaré Paradise vende casas a apenas 12 proprietários,
que têm quatro semanas por
ano, divididas por estações, para usufruir do imóvel.
O custo da fração varia entre
R$ 60 mil e R$ 200 mil. Há
também rodízio entre os proprietários para feriados. O valor
do condomínio pago anualmente vai de R$ 300 a R$ 400.
Pé atrás
Anne Gerymaia, 35, médica,
adquiriu uma propriedade fracionada em Fortaleza.
"Quando comprei, fiquei desconfiada, mas hoje considero
um bom produto -principalmente por conseguir reservar
minha semana com 15 dias de
antecedência", conta.
E não é só ela que fica com o
pé atrás na hora de adquirir um
plano desse tipo.
"No Brasil essa modalidade
não é muito conhecida", aponta
o advogado Edwin Britto,
membro da comissão de direito
imobiliário da OAB-SP.
Ele recomenda assistência
jurídica qualificada antes de assinar o contrato, para evitar
qualquer desentendimento em
relação às condições.
O consultor de informática
Francisco Luiz de Santana, 43,
teve esse tipo de ajuda para
comprar sua fração também
em Fortaleza há cinco anos e
hoje está terminando de quitar
suas parcelas.
"Gostei da baixa tarifa, que
na época equivalia a dois pacotes turísticos na alta temporada
para a região", calcula.
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