São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Medição sob controle

Mal instalado, sistema de cobrança individual de uso da água não gera economia no prédio

Renato Stockler/Folha Imagem
Karla Gordo optou pela instalação sem quebradeira e pela confiabilidade de um medidor remoto


EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO

Antes de pensar na economia que a medição individualizada de consumo de água ou gás pode gerar no prédio, síndicos e moradores devem atentar para o risco de afundar o orçamento com sistemas de má qualidade.
O alerta foi dado por duas das maiores administradoras que atuam em São Paulo.
Como o mercado é novo e pouco regulamentado, como detecta Nathalie Gretillat, gerente ambiental da administradora Hubert, e cresce o interesse de que cada um pague o que consome, pipocam instaladores sem tecnologia ou profissionais qualificados para implantar um bom sistema.
"Há muitos casos de sistemas instalados incorretamente e que precisam ser refeitos", afirma Angélica Arbex, 30, gerente de relacionamento da administradora Lello.
Os problemas envolvem "hidrômetros fora das especificações ou mal dimensionados para o volume de água do condomínio", indica Marco Aurélio Teixeira, 42, gerente comercial da CAS Tecnologia, que oferece consultoria para o desenvolvimento do sistema.
Nesses casos, o equipamento não funciona ou pode até fornecer dados errados.
Outro problema relacionado às empresas "nanicas" é que elas costumam induzir o prédio a uma prática ilegal: o corte de fornecimento do insumo a condôminos inadimplentes.
"Vendem o procedimento como uma vantagem, fazem disso uma estratégia de marketing", conta Eduardo Lacerda, gerente-geral da Techem, multinacional do segmento que chegou ao país no ano passado.
Para os próximos 30 dias, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) promete um novo mecanismo na prevenção desses tipos de dor de cabeça. A empresa lança, neste mês, um sistema em que ela mesma fará a leitura de consumo do insumo em cada apartamento.
Hoje, quem faz essa leitura é a firma que instala os medidores individualizados, ou até um funcionário do prédio.
Quando assumir o controle da medição, a Sabesp indicará empresas de sua confiança para instalar os equipamentos.

Leitura a distância
Hoje, o primeiro passo antes de contratar uma empresa é buscar referências, diz Teixeira -como a de outros condomínios que utilizaram o serviço (confira dicas na pág. 2).
Outro indicativo do poder de fogo de boas empresas instaladoras é a tecnologia que usam.
Equipamentos avançados fazem leitura remota do consumo, via freqüência de rádio. Essas informações podem ser disponibilizadas para os moradores na internet.
Em um condomínio de Santana (zona norte), um sistema inadequado comprometeu a confiabilidade de dados apontados pelos medidores.
"Percebemos valores distorcidos", relata Adilson Pestana, 45, dono da administradora do prédio. "Mesmo apartamentos que estavam vazios apresentavam consumo."
"A empresa contratada tinha a tecnologia de instalação, mas não um software de leitura. Trocamos de fornecedor, que agora faz leitura remota", diz.


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