São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEDIÇÃO SOB CONTROLE

Sistema espera por norma e regulamentação de lei

Comissão prepara padrões de leitura remota; lei municipal ainda não vale

DA REDAÇÃO

Tendência em tecnologia de medição individualizada em condomínios, a leitura remota de consumo de água ou de gás já chamou a atenção da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Tanto que uma comissão coordenada pela Comgás -a CE 04:005.10- está elaborando a norma que estipulará padrões para instalar medidores de água e de gás com leitura a distância, batizada de Sistemas de Medição Remota Prediais.
"Trata-se de uma norma complexa, e sua publicação ocorrerá após consulta pública, que deverá ocorrer por volta de meados de 2008", informou a Companhia de Gás de São Paulo, por e-mail, à Folha.
A orientação de adotar a medição individualizada do consumo está em compasso de espera. Isso porque ainda não foi regulamentada a lei municipal nš 14.018, de junho de 2005, que estipula que projetos de novos prédios prevejam medidores individualizados.
"A lei ainda não tem valor", sentencia Paola Giovannini, da diretoria de relacionamento da Lello Condomínios.
De âmbito nacional, um projeto de lei (787/03) que prevê cobrança de abastecimento de água por domicílio, aprovado pelo Senado, foi vetado pela Câmara dos Deputados em janeiro de 2007.
O caso tramita no Congresso Nacional e, se for mantido o veto, o projeto será arquivado.

Economia de 30%
Apesar das indefinições legais, a medição individualizada do consumo de água ganha cada vez mais adeptos, contabilizam as maiores administradoras paulistanas.
A Hubert, por exemplo, instalou, no ano passado, 2.800 pontos de medição de água nos prédios que administra.
Até meados de março deste ano, foram mais 604. Em 2005, esse número não chegava a 10% do de 2006: 240.
"Nossa demanda por instalações é crescente", crava Angélica Arbex, gerente de relacionamento da Lello.
O benefício propiciado pela medição individualizada é tentador, sobretudo se levado em consideração que a despesa de água costuma ser a segunda maior em um condomínio -só perde para a de mão-de-obra.
A individualização gera uma redução, em média, de 30% no gasto do insumo. Foi esse o montante da economia detectado em um condomínio no Brooklin (zona oeste).
E o "grosso" dessa porcentagem foi proveniente de uma das vantagens desse tipo de sistema: a detecção de vazamentos "escondidos", denunciada pelo acompanhamento do consumo de cada unidade.
"Dos 52 apartamentos do condomínio, mais de 30 tinham vazamento", dimensiona a síndica Karla Fernandes Gordo, 39. Ela relata que foi escolhido um sistema que faz leitura remota e que não exigiu quebradeira das paredes para a instalação de hidrômetros. (EV)


Texto Anterior: Medição sob controle
Próximo Texto: ABNT prepara norma para leitura remota
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.