São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Preços dobram no Butantã

Renato Stockler/ Folha Imagem
Condomínio residencial nas imediações da Rodovia Raposo Tavares


Em cinco anos, houve valorização do m2 construído; terrenos devem encarecer mais 30%

EDSON VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o Butantã (zona oeste) se consolidou como um novo reduto da classe média na cidade de São Paulo -os lançamentos ali cresceram 78% em cinco anos, segundo levantamento da consultoria Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações para a Folha-, o assédio ao bairro já se reflete na elevação dos valores dos imóveis e dos terrenos. "Os preços dos lotes do- braram nos últimos dois anos", crava o auditor de investimentos Bernd Rieger. "E deverão se valorizar mais 30% em um período de um ano e meio." Esse aumento se reflete nos preços dos apartamentos, que também passam a custar mais: o valor do metro quadrado útil dobrou de 2000 para cá. Da casa dos R$ 1.000, ultrapassou os R$ 2.000 (veja os valores médios de cada ano no quadro). Além de unidades de dois e de três dormitórios, as de quatro passaram a freqüentar mais os estandes de venda da região. Em 2000, não houve lançamentos com esse número de quartos. Em 2005, foram três. Assim, quem quer fazer um negócio mais barato deve se apressar, alerta Fábio Filho, diretor de marketing da imobiliária Itaplan, que investe ali, e membro da diretoria do Secovi-SP (sindicato da habitação). "Os preços deverão se equiparar aos de Pinheiros, Lapa e Morumbi em dois anos." Além da subida dos valores, os números de 2006 mostram que a oferta de novos residenciais pode ficar menos abundante: foram só dois lançamentos de condomínios -ambos de casas, e nenhum de prédios- neste ano, contra 16 em 2005. Apesar dessa pausa no primeiro semestre, especialistas apostam na continuidade do crescimento do Butantã, que estará calcada sobretudo na chegada da linha amarela do metrô, prevista para 2008. "Já há boa estrutura viária, e o metrô será mais um gran- de atrativo", prevê Felicia- no Giachetta, sócio da FGi Negócios Imobiliários. "O Butantã pode ser uma alternativa para quem mora no Morumbi e quer um apartamento maior e com um preço melhor", pontua Fábio Filho. Outros aspectos positivos do bairro, diz Giachetta, são a "excelente infra-estrutura", que inclui os shoppings Raposo e Butantã e supermercados, como o Carrefour, e áreas verdes.

Vizinhos ricos
Filho destaca a opção de lazer da Cidade Universitária, "o "parque Ibirapuera" da região", compara. E lembra que "vizinhos ricos" emprestam seu status ao Butantã, casos do Morumbi e de Pinheiros. Associado a esses chamarizes para os compradores, joga a favor do desenvolvimento imobiliário, do lado dos incorporadores, a "grande quantidade de terrenos ainda disponíveis para construir novos empreendimentos", ressalta Giachetta. E, apesar do encarecimento recente, "os lotes ainda são bem mais baratos que na zona oeste do outro lado do rio", afirma Celso Amaral, sócio da Amaral d'Avila. Mas os moradores do bairro têm uma dor de cabeça programada para o próximo ano e meio: as obras do metrô, na avenida Doutor Vital Brasil, têm prejudicado o tráfego de veículos, que "está confuso em alguns trechos", analisa Filho. A seguir, saiba como o surgimento do Rodoanel contribuiu para a valorização do Butantã.
Com MARLENE PERET , colaboração para a Folha


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