São Paulo, domingo, 08 de junho de 2008

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REÚSO DE ÁGUA DILUI GASTOS DO PRÉDIO

Manual da Agência Nacional de Águas traz recomendações sobre qualidade do insumo

Brasil não tem lei para reutilização

DA REPORTAGEM LOCAL

Até o momento não há legislação brasileira que defina a qualidade e as propriedades da água de reúso e suas aplicações.
Recomendações sobre sistemas, atividades próprias para uso e qualidade da água estão em um manual desenvolvido pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo SindusCon-SP (sindicato de construtoras; www.sindusconsp.com.br), entre outras entidades.
O manual pontua propriedades da água que devem ser conferidas periodicamente. "É aconselhável fazer análises laboratoriais todos os meses para checar a eficiência do sistema", diz Paulino de Almeida Neto, engenheiro da AcquaBrasilis.
Além do cuidado com a qualidade da água, não se pode esquecer a necessidade do uso de equipamentos de proteção individual -botas, luvas, capacete, avental e máscara acrílica- durante o manuseio da água de reúso, que não é potável.
A escolha do tipo de tratamento depende da oferta e demanda de água em seus possíveis usos não potáveis.

Tipos de tratamento
Peneiragem, filtro de carvão, filtros biológicos e aditivos químicos são opções de tratamento, de acordo com a proveniência do líquido e seu uso.
"A água pluvial pode ser reutilizada após peneiragem, filtro de carvão e cloração", explica Marcelo Zanini, diretor da Biosistemas Ambiental.
Para as águas cinzas, contaminadas por grande quantidade de matéria orgânica, a filtragem biológica é a mais indicada pelo seu custo-benefício.
Embora esse processo de tratamento seja bem mais caro que os de peneiragem e de filtro de carvão, a água tratada com a sua aplicação tem mais opções de aproveitamento, como na bacia sanitária.
"É necessário um processo de desinfecção dessa água de reúso", afirma Ivanildo Hespanhol, diretor do Cirra (Centro Internacional de Referência em Reúso de Água) da Universidade de São Paulo.
Estações que reúnem fases desde a flotação, peneiragem, passando por filtração biológica aeróbia e anaeróbia e com cloração final para desinfetar a água, são projetadas em espaços que podem ser subterrâneos, dentro ou fora do edifício.
"As estações domiciliares são chamadas de compactas, definidas pelos tipos de componentes utilizados", esclarece Gilson Cassini, presidente do Sindesam. (CRISTIANE CAPUCHINHO)

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