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CONSÓRCIO DE SEGUNDA MÃO
Investidores e desistentes aquecem mercado paralelo
Empresas se especializam na negociação de cotas de cartas de crédito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se comprar cartas contempladas pode ser uma boa alternativa para apressar a aquisição de um imóvel, quem adere à
opção como vendedor, por desistência do plano ou como
uma forma de investimento,
também sai ganhando.
Normalmente, o proprietário da carta recebe o valor que
havia investido mais o ágio. "Se
quer partir para um novo consórcio, geralmente já tem dinheiro suficiente para as prestações de um ano inteiro", sugere Geraldo Siqueira, diretor
da Consórcio Contemplado.
"Se a carta foi sorteada e foram pagos até, no máximo, 40%
do valor total, a venda é imediata", diz o presidente da Abac
(Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios),
Luiz Fernando Savian.
Vender a carta de crédito não
era a intenção do técnico em
eletrônica Ronaldo Barbosa,
40, quando ele resolveu entrar
em um consórcio imobiliário.
Após oito meses pagando as
parcelas, porém, sua carta foi
sorteada. "Entrei como forma
de poupar e porque era um
meio fácil de comprar um imóvel", recorda Barbosa.
Mas, com a carta de R$ 70 mil
em mãos, ele concluiu que a
verba não dava para um imóvel
de acordo com suas necessidades e decidiu vendê-la.
"Foi a própria corretora que
sugeriu passar as cotas para a
frente. Ela disse que já tinha alguém para comprá-las", revela.
Barbosa nem chegou a saber
para quem sua carta de crédito
foi vendida. Com os R$ 12 mil
da venda, ele entrou em um outro consórcio, de R$ 100 mil.
Mais do que uma escada para
um novo plano de compra, há
quem já tenha descoberto na
compra e venda de cotas de
consórcio uma forma sistemática de ganhar dinheiro.
Negócio profissional
O contador Renato Waleski,
31, transformou um investimento pessoal em negócio e
abriu a Cota Contemplada,
uma empresa especializada na
venda de cartas de crédito.
"O meu diferencial é que só
trabalho com cotas próprias,
em meu nome, diferentemente
de outras empresas", conta.
Mas a alegria dos investidores tende a diminuir, segundo o
vice-presidente da Anefac,
Miguel de Oliveira.
"Os ganhos caem ao surgirem novas opções de compra.
As facilidades de crédito imobiliário fazem com que a margem
de lucro [de quem vende cotas]
diminua", observa.
Apenas cerca de 5% de consorciados tomam a decisão de
vender suas cotas, calcula o
presidente da Abac.
Outra alternativa para quem
desiste da aquisição imobiliária
é pedir o cancelamento do consórcio e resgatar o dinheiro ao
final do prazo total estipulado.
"Costumo falar que o consórcio é uma poupança forçada,
pois é preciso cumprir com
aquele valor mensal, mas, se a
pessoa desiste, pode pegar o dinheiro reajustado de volta no
final do período", compara Luiz
Fernando Savian.
(MB)
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