São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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CONSÓRCIO DE SEGUNDA MÃO

Investidores e desistentes aquecem mercado paralelo

Empresas se especializam na negociação de cotas de cartas de crédito

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se comprar cartas contempladas pode ser uma boa alternativa para apressar a aquisição de um imóvel, quem adere à opção como vendedor, por desistência do plano ou como uma forma de investimento, também sai ganhando.
Normalmente, o proprietário da carta recebe o valor que havia investido mais o ágio. "Se quer partir para um novo consórcio, geralmente já tem dinheiro suficiente para as prestações de um ano inteiro", sugere Geraldo Siqueira, diretor da Consórcio Contemplado.
"Se a carta foi sorteada e foram pagos até, no máximo, 40% do valor total, a venda é imediata", diz o presidente da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), Luiz Fernando Savian.
Vender a carta de crédito não era a intenção do técnico em eletrônica Ronaldo Barbosa, 40, quando ele resolveu entrar em um consórcio imobiliário.
Após oito meses pagando as parcelas, porém, sua carta foi sorteada. "Entrei como forma de poupar e porque era um meio fácil de comprar um imóvel", recorda Barbosa.
Mas, com a carta de R$ 70 mil em mãos, ele concluiu que a verba não dava para um imóvel de acordo com suas necessidades e decidiu vendê-la.
"Foi a própria corretora que sugeriu passar as cotas para a frente. Ela disse que já tinha alguém para comprá-las", revela.
Barbosa nem chegou a saber para quem sua carta de crédito foi vendida. Com os R$ 12 mil da venda, ele entrou em um outro consórcio, de R$ 100 mil.
Mais do que uma escada para um novo plano de compra, há quem já tenha descoberto na compra e venda de cotas de consórcio uma forma sistemática de ganhar dinheiro.

Negócio profissional
O contador Renato Waleski, 31, transformou um investimento pessoal em negócio e abriu a Cota Contemplada, uma empresa especializada na venda de cartas de crédito.
"O meu diferencial é que só trabalho com cotas próprias, em meu nome, diferentemente de outras empresas", conta.
Mas a alegria dos investidores tende a diminuir, segundo o vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira.
"Os ganhos caem ao surgirem novas opções de compra. As facilidades de crédito imobiliário fazem com que a margem de lucro [de quem vende cotas] diminua", observa.
Apenas cerca de 5% de consorciados tomam a decisão de vender suas cotas, calcula o presidente da Abac.
Outra alternativa para quem desiste da aquisição imobiliária é pedir o cancelamento do consórcio e resgatar o dinheiro ao final do prazo total estipulado.
"Costumo falar que o consórcio é uma poupança forçada, pois é preciso cumprir com aquele valor mensal, mas, se a pessoa desiste, pode pegar o dinheiro reajustado de volta no final do período", compara Luiz Fernando Savian. (MB)

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