São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Cidadãos de todas as classes sociais debatem áreas verdes, favelas e infra-estrutura urbana

União de moradores reforça Vila Andrade

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma união de fazer inveja ao rei Arthur. Como convidados de uma grande mesa-redonda, moradores do distrito de Vila Andrade, provenientes das mais distintas classes sociais, buscam acor- dos para a elaboração das sugestões do Plano Diretor Regional.
"Sento-me com os ricos para discutir", anima-se José Rolim, 39, presidente da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis (favela de 65 mil habitantes), um dos bairros do distrito.
Não é para menos. A população da favela equivale a mais de 45% dos habitantes do distrito, segundo o censo de 1996 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). "É preciso reurbanizar e criar centros de lazer", diz Rolim, que sugere a abertura de diversas ruas sem saída do bairro, como a Ernest Renam.

Malha viária
Essa é também a preocupação de Glauco Aires, 39, subprefeito do Campo Limpo e responsável pela Vila Andrade. "Não houve um estudo planejado para essa ocupação", afirma. Ele calcula que, entre 1990 e 2000, o adensamento no distrito cresceu aproximadamente 70% -o maior aumento da cidade de São Paulo.
"E, paralelamente, não foram tomadas providências que melhorassem o sistema viário", complementa Roberto Pereira da Fonseca, 73, da Associação Cultural e de Cidadania do Panamby.
Essa é outra das inquietações das associações locais: a limitação do número de vias de acesso, que hoje se restringem às avenidas Giovanni Gronchi, João Dias e Morumbi e à marginal Pinheiros.
"É preciso desafogar o trânsito, sobretudo se a tendência de crescimento comercial se confirmar na região", diz o subprefeito.

Verde e Z1
O grupo do Panamby briga ainda em defesa do verde do "bairro". "Em parceria com a subprefeitura, já urbanizamos uma praça de 6.000 m2", conta Fonseca.
No distrito, dois bairros são Z1 (zona residencial), e seus moradores querem continuar como tal, caso da Sociedade dos Amigos do Jardim Vitória Régia.
A arquiteta Isabel Affonso, 45, uma das representantes da entidade, pede também a melhoria do transporte público. "O metrô precisa chegar ao distrito", diz ela. "Pelo menos até a avenida Prof. Francisco Morato."
(EDSON VALENTE)


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