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PRESTAÇÃO FIXA
Apesar da baixa adesão ao plano, taxa de juros não cai
De acordo com os bancos, o problema é a fonte de captação do dinheiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Se, do lado de quem quer financiar, questiona-se a vantagem dos planos de parcelas fixas, do lado dos bancos também ainda não há um veredicto
sobre se eles são bom negócio.
Para alguns deles, o produto
não "decolou" como se esperava. Luiz Antonio Rodrigues, 62,
diretor de crédito imobiliário
do Itaú, que lançou a modalidade em fevereiro deste ano, afirma que isso ocorre porque os
juros não são os mais adequados para o bolso do cliente.
Ele justifica que os bancos
não têm como viabilizar taxas
menores para esse tipo de financiamento.
"Quando o disponibilizamos,
discutimos com o Banco Central a possibilidade de utilizar
recursos da poupança para o
plano de parcelas fixas, mas
não houve resposta", relata.
Assim, a fonte de captação
possível é o CDI (Certificado de
Depósito Interbancário), dinheiro que um banco empresta
de outro e que sai mais caro para as instituições do que o que é
captado em poupança.
"Ele me custa 15% anuais,
então não posso "vendê-lo" por
menos que 18% ou 19%", calcula Rodrigues. "O fundo da poupança me custa 6,17% mais TR.
Com ele, poderia viabilizar taxas menores para o mutuário."
"As taxas desses tipos de financiamento tendem a baixar",
prevê João Crestana, 51, vice-presidente de incorporações do
Secovi-SP (sindicato da habitação). "Começaram em 21%, em
2005, e já chegam a 16%."
Sem euforia
No caso do Itaú, diz Rodrigues, os planos de mensalidades fixas respondem por menos
de 5% do total de financiamento imobiliário contratado.
O Real ABN Amro também
não demonstra grande euforia
com seu novo produto. "Não sei
se já é o momento ideal de tê-lo
em carteira ou se vai vender
muito, ainda não está na cultura do brasileiro que compra
imóvel", analisa Hus Morgan
Daroque, superintendente de
crédito imobiliário. "Mas os
clientes precisam começar a se
acostumar", declara.
O Santander Banespa tem
um diagnóstico bem mais otimista sobre o desempenho dos
planos de parcelas prefixadas.
Pioneiro na empreitada com
o SuperCasa 10, que surgiu em
2005, transformou-o em SuperCasa 20 neste ano, abrangendo não só imóveis que custem R$ 350 mil ou mais -como
o plano inicial- mas também
os de a partir de R$ 40 mil.
"Hoje, 40% dos financiamentos do banco são de parcelas fixas", dimensiona José Manoel
Alvarez Lopez, 40, superintendente de crédito imobiliário.
"Redefinimos a faixa de valores de imóvel porque detectamos uma demanda muito forte
de clientes em busca de financiamento com parcelas iguais
para bens com preço menor do
que R$ 350 mil", conta.
Itaú e Real ABN Amro também oferecem a linha para imóveis mais baratos.
Maturação
Entre os extremos, o Bradesco oferece uma avaliação ponderada de seu plano com parcelas prefixadas. "Vem atingindo
uma expectativa de crescimento gradativo", formula Alexandre Glüher, 45, diretor de empréstimos e financiamentos.
"Está em fase de maturação e
sua representatividade gira em
torno de 15% dos contratos de
financiamento fechados."
O banco oferece esse produto
apenas para a aquisição de imóveis que custem a partir de
R$ 350 mil.
Ainda neste mês, haverá
mais uma alternativa no mercado, a do HSBC, segundo sua
assessoria de imprensa. O banco ainda não divulga informações sobre as condições do plano de parcelas fixas que vai lançar.
(EDSON VALENTE)
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