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Lixo bem cuidado
Leo Caobelli/Folha Imagem
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Lei estadual determina que shopping center e condomínio comercial tenham reciclagem de lixo |
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Além do lixo, outros itens são
reciclados com a implantação
da coleta seletiva em condomínios, como a saúde ambiental e
até o orçamento dos prédios.
Os paulistanos dão sinais de
que estão atentos a esses benefícios. Dados do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) apontam que a adesão ao
sistema pelo programa da
prefeitura ainda é de apenas
5,6%, ou 1.500 dos 27 mil edifícios da cidade. Mas já significa
uma adesão 30% superior à de
2006, de acordo com estimativa do órgão.
Em shopping centers e condomínios comerciais, um "incentivo" à coleta seletiva é uma
lei estadual (nš 12.528/2007),
publicada em julho, que obriga
esses estabelecimentos a reciclarem lixo. A legislação, porém, aguarda regulamentação.
Adotar a reciclagem pede
cuidados específicos, que começam pela
conscientização de moradores.
"Fiz muitas circulares educativas para explicar tudo aos
condôminos", afirma Isabel Pires, consultora ambiental que
comandou a implementação da
coleta seletiva no seu condomínio, há quatro anos.
O esforço seguiu na busca de
alguém para coletar o lixo e de
um lugar, no edifício, em que
ele pudesse ser armazenado.
Para manter a motivação dos
moradores, a síndica Eugenia
Tonidandel, responsável pelo
projeto de coleta seletiva no
seu prédio, chama a atenção
dos condôminos para outros
beneficiados com o processo.
"Sempre conto para os vizinhos as melhoras da ONG que
coleta nosso lixo", diz. "Hoje,
eles têm uniformes, dois caminhões, uma fábrica de telhas.
Acho importante mostrar que,
só com a separação do lixo dos
nossos apartamentos, contribuímos para a melhoria de vida
dessas pessoas."
Os catadores da ONG Vira-Lata, responsáveis pela coleta
no prédio, tiveram acréscimo
de 30% no seu rendimento, em
relação a 2005. "Nosso volume
de reciclados quase dobrou em
dois anos", contabiliza Wilson
Pereira, diretor do projeto.
Incremento no caixa
Embora esse não seja o foco
principal da coleta seletiva, há
quem consiga pequenos ganhos para o próprio condomínio, como é o caso do Residencial Aricanduva (zona leste).
"Com a venda do lixo, compramos um aparelho de som
para o salão de festas", conta a
síndica Katia da Silva.
O Secovi-SP (sindicato de administradoras e imobiliárias)
promove a reformulação de sua
cartilha de implementação de
coleta seletiva, que deve chegar
aos associados em outubro.
"Poderá ser comprada pelo e-mail biblioteca@secovi.com.br", afirma o vice-presidente da
instituição Hubert Gebara. Seu
preço, ainda não fechado, deverá ser de "no máximo R$ 8".
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