São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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Com mais avenidas, calçadas e praças, incorporadoras estimam uma valorização de 10% a 15% no m2 do bairro

Vila Olímpia desperta

Fernando Moraes/Folha Imagem
Vista aérea do nascer do sol na Vila Olímpia


RENATO ESSENFELDER
EDITOR-ASSISTENTE DE SUPLEMENTOS

Hoje dominada por britadeiras, escavadeiras e operários em obras, a Vila Olímpia (bairro da zona oeste de São Paulo) deve terminar o ano transformada. Com mais avenidas, calçadas e pra- R$ 3.174 o m2 útil residencial, segundo a consultoria imobiliária Embraesp, o preço de venda saltará para uma faixa que vai de R$ 3.500 a R$ 3.800, calculam as incorporadoras com obras na região. Itaim Bibi e Moema ficam na faixa de R$ 3.800 a R$ 4.200.
"Trabalhar com uma valorização de 10% a 15% até o fim do ano não é uma pretensão exagerada", diz o diretor da incorporadora Lucio Engenharia, Lucio Matias Jr., responsável por um dos lançamentos residenciais no bairro -há sete projetos aprovados na prefeitura para 2004/2005.
A valorização dos imóveis comerciais na Vila Olímpia foi sentida mais rapidamente. "Já houve incremento de 20% no preço, em relação ao final de 2003. E a taxa de ocupação pulou de 60% para até 100%", conta Adalberto Bueno Netto, presidente da ONG Movimento Colméia (formada por comerciantes, empresários e moradores), parceira da prefeitura na execução das obras no bairro.
Onze projetos comerciais foram aprovados para lançamento até 2005. Em 2003, apenas um foi consolidado. "No fim do ano passado, cobrava-se cerca de R$ 40 por m2 locado. Hoje, [o preço] está na faixa dos R$ 45, R$ 50. E fatalmente subirá de novo daqui a quatro meses", aposta o consultor imobiliário Arnaldo Halpern.
As obras que causam euforia no mercado imobiliário local estão sendo conduzidas pela Prefeitura de São Paulo e pela ONG Colméia. O projeto conjunto prevê calçadas maiores, enterramento da fiação aérea, coleta seletiva de lixo, câmeras de vigilância ligadas 24 horas e, principalmente, uma nova avenida, com seis pistas de tráfego, interligando a av. Nova Faria Lima à Eng. Luiz Carlos Berrini.
A primeira parte das obras será entregue em agosto -veja quadro à página 4. "A infra-estrutura do bairro não acompanhou o crescimento acelerado da região. Tomamos uma atitude que pode servir de modelo para o resto da cidade", declara o coordenador-geral da Colméia, José Soares.
Segundo ele, os direitos autorais dos projetos elaborados para a região foram doados ao poder público, para que possam ser utilizados livremente em outras áreas. Mas nem todos estão satisfeitos com as intervenções. Moradores e urbanistas ouvidos pela Folha questionam a eficácia delas.


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