São Paulo, domingo, 13 de março de 2011 |
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Economia favorece uso de taxas pós-fixadas Estabilidade da TR reduz chance de oscilação de juros do financiamento Com a aplicação da tabela Price, crédito imobiliário costuma ser, em média, 40% mais caro que com a SAC
DE SÃO PAULO Com a abundância de crédito no país, obter um financiamento imobiliário está cada vez mais fácil. E, com a economia em ascensão, também é possível planejar o orçamento familiar e antecipar a quitação da dívida. Nesse cenário, a tabela SAC e as taxas pós-fixadas se tornaram a melhor opção para o mutuário. Com parcelas decrescentes e juros menores, ganharam diferencial competitivo diante da tabela Price e das taxas pré-fixadas. No Bradesco, por exemplo, todos os negócios concretizados são pela tabela SAC com taxas pós-fixadas. "Com a SAC, o mutuário sabe que está amortizando a dívida. Na Price, ele paga menos no início, mas a cobrança de juros é 40% maior", explica Cláudio Borges, diretor de crédito imobiliário do banco. Na Caixa Econômica Federal, a tabela Price já até deixou de ser oferecida. "O desuso da tabela Price é uma visão do próprio mercado dentro do atual cenário econômico", destaca Nédio Henrique Rosselli Filho, gerente-geral de construção civil. Para facilitar a escolha do mutuário, no Santander só é possível optar pela taxa pré-fixada com a tabela Price. A pós-fixada é casada com a tabela SAC, modelo usado em 95% das negociações do banco, segundo Nerian Gussoni, superintendente de negócios imobiliários da instituição. O mesmo vínculo se dá no Banco do Brasil. "Enquanto na SAC o valor exato das prestações só é conhecido na data de seu pagamento, na Price [com taxas pré-fixadas] as prestações são fixas", diz João Felcar, gerente-executivo de crédito imobiliário. O analista de projetos Bruno Gonzales, 26, financiou um apartamento há dois anos pela tabela SAC; porém, ao contrário da maioria dos compradores, ele optou pela taxa pré-fixada. "Queria a garantia de taxas mais estáveis. Como estava com casamento marcado e cheio de contas, achei que a opção seria ideal mesmo com o valor mais alto", afirma. Apesar dessa estabilidade da taxa pré-fixada, Felcar assinala que o valor está sujeito a pequenas alterações. "Podem ocorrer mudanças da alíquota do prêmio de seguro de morte e invalidez à medida que a idade [do mutuário] avança", especifica. Em relação à precaução, Gonzales é uma exceção entre os mutuários, ao menos na percepção de Gilmara dos Santos, gerente de negócios da Lello. Ela calcula que apenas 10% dos clientes da imobiliária analisam as formas de amortização antes de fechar o negócio. "Como eles ficam ansiosos com a compra, só atentam para os juros cobrados e fecham com a tabela SAC por conselho de colegas ou pela indicação do banco", diz. VANTAGEM RELATIVA O cenário econômico atual também relativiza a vantagem da previsibilidade do valor das parcelas na tabela Price com taxas pré-fixadas. De acordo com José Dutra Vieira Sobrinho, vice-presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), a TR caiu 66,18% desde 2006, acompanhando a estabilidade e a alta da economia nacional. "A expectativa para este ano é a taxa ficar em 0,7% anual. Como o valor é baixo e não tende a aumentar, não vale a pena optar pela taxa pré-fixada e pagar mais." (PB) Texto Anterior: Parcelas decrescentes são usadas em 90% dos financiamentos Próximo Texto: Amortização usada nos anos 90 era crescente Índice | Comunicar Erros |
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