São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Programa faz check-up de instalações

Inspeção predial custa de R$ 1.000 a R$ 1.500 e aponta o que precisa ser trocado na estrutura do edifício

Renato Stockler/Folha Imagem
Denise Gonzaga, síndica de um dos prédios inspecionados pelo Procobre, terá de fazer várias reformas em seu edifício


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Luzes de emergência queimadas, quadros de força que ainda têm fundo de madeira e instalações elétricas que assustam moradores nos condomínios mais velhos estão com seus dias contados.
O Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) lançou, com apoio do Corpo de Bombeiros, da Abempi (Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Manutenção Predial e Industrial) e do Secovi-SP (sindicato da habitação), entre outros, o Programa Casa Segura, que inspecionou 150 prédios residenciais de São Paulo, de janeiro a abril deste ano.
Denise Espíndola Gonzaga, 23, síndica de um dos condomínios avaliados, comenta que "os laudos indicaram pequenos problemas que exigem ajustes às normas técnicas atuais, pois o edifício tem 25 anos".
Ela participou dos seminários gratuitos oferecidos em 2005 pelo programa. "Houve sorteio dos condomínios que seriam inspecionados pelo plano-piloto", explica a síndica. Os contemplados não pagaram pela inspeção, mas terão de arcar com os reparos necessários.
Gonzaga se prepara para uma jornada de reformas na brigada de incêndio, no pára-raios e nas instalações elétricas. "Fios desencapados, chaves e disjuntores oxidados são problemas comuns de prédios mais velhos", explica o engenheiro eletricista do programa, Mario Sergio Cambraia, 51.
Ele participou da inspeção dos condomínios sorteados e conta que encontrou disjuntores "jampeados" (com um fio ligado à entrada e à saída do disjuntor, desviando a corrente elétrica), que apresentavam capacidade de carga inferior à requerida por aparelhos eletrônicos que os sobrecarregavam.

Inspeção paga
"O perigo de incêndio é grande em vários edifícios, e os síndicos nem se dão conta disso, pois têm pouco conhecimento técnico", argumenta Cambraia.
A partir de agora, quem se interessar pelo Programa Casa Segura terá de contratar o serviço de inspeção de empresas de manutenção e engenheiros, o que poderá custar, para um condomínio de dez andares, de R$ 1.000 a R$ 1.500.
Esse valor inclui só a avaliação, com emissão de um laudo técnico, ficando a busca de empresas para os devidos reparos por conta do próprio síndico.
"Estou providenciando de três a cinco orçamentos por item a ser atualizado", conta Gonzaga, que diz não poder financiar todos os custos de uma só vez. "Estamos fazendo aos poucos, para não ter de reajustar o valor do condomínio."
O vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, 69, incentiva "tudo o que pode dar mais segurança aos condomínios".
"Apoiamos o projeto, mas não obrigamos ninguém a participar dele. O papel de administradores e síndicos competentes é o de organizar vistorias semestrais, principalmente nas partes elétricas ou de proteção contra incêndios", aponta.
(GIOVANNY GEROLLA)

A Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas indica empresas que fazem vistoria; 0/xx/11/5539-8048


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