São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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HOTÉIS      

Lançamentos crescem 43%
Ocupação despenca 41%

EDSON VALENTE
MARLENE PERET
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O comportamento dos cinco-estrelas em São Paulo contraria a lógica. Nos últimos seis anos, a taxa de ocupação despencou 41%, segundo a consultoria BSH Travel Research. Esse panorama negativo, contudo, não inibiu os lançamentos, que cresceram 43% no mesmo período e devem subir mais 5% em 2004 -veja quadro.
Ainda neste semestre, está prevista a abertura do Caesar Park Vila Olímpia (zona oeste), com 180 apartamentos. "Os cinco-estrelas se concentram nas regiões da av. Paulista e da av. [Eng. Luiz Carlos] Berrini. Apenas neste ano eles surgirão nas imediações da av. Faria Lima, criando um novo pólo", diz Sérgio Bueno, 33, diretor de desenvolvimento da BSH.
Atualmente, Berrini, Faria Lima, Ibirapuera e Moema respondem por 50% da oferta hoteleira de redes, à frente da tradicional av. Paulista, com 31%. A Faria Lima foi o maior reduto de lançamentos de 1985 a 2003: recebeu 4.401 novas unidades, um crescimento de 8.982% em relação às 49 que tinha. "É o centro financeiro moderno", define Luis Eduardo Calle, 43, diretor da marca Caesar Park. "Por isso estamos otimistas a curto prazo", diz, apostando que 100% de seus hóspedes serão "executivos de altíssimo padrão".
Assim é no hotel Fasano, inaugurado em 2003. "Atuamos num nicho específico", diz Hans Heinz, 35, diretor. "São Paulo tem poucos hotéis sofisticados em termos internacionais." Segundo ele, 60% dos hóspedes provêm da Europa e dos EUA e pagam uma diária de R$ 850, 124% maior que a cobrada no Caesar Park (R$ 380).
"Nossa taxa de ocupação, de 50% [15 pontos percentuais acima da média do mercado], é agradável", diz Heinz. Mas os números paulistanos estão distantes dos de outras localidades onde predomina o turismo de negócios, como, por exemplo, Tóquio (76,6%), Hong Kong (73,5%) e Santiago (51,9%), revela pesquisa da consultoria Deloitte, de 2003, com 250 marcas em 140 países.
Diante desse cenário, a saída é mesmo se especializar, opina Luis Perillo, 38, gerente do Hilton Morumbi (região oeste), eleito o melhor hotel de negócios da América Latina pela revista americana "Latin Trade". "Fechamos 2003 com taxa de ocupação de 33%, abaixo da expectativa. Mas, neste ano, já atingimos 42% e devemos ultrapassar os 50% até dezembro."
Nem todos estão otimistas. A superoferta fez o grupo alemão Kempinski -representado no Brasil pela empresa Srur (que controla o SP Market)- adiar a inauguração de um hotel com 220 apartamentos, no cruzamento das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek, prevista para este ano, por tempo indeterminado.



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