São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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condomínio

Estratégias asseguram boa vizinhança

Síndico deve orientar moradores sobre políticas de relacionamento, como avisar previamente sobre festas

Leo Caobelli/Folha Imagem
Neusa Antoniazi cultiva boas relações ao abraçar a tarefa de ajudar idosos no prédio em que vive


MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ser um bom vizinho vai além dos pagamentos em dia, da presença nas reuniões de condomínio e do cumprimento de normas: é questão de postura.
Medidas simples, como comunicar previamente aos outros moradores que vai dar uma festa ou evitar que o cachorrão cause incômodo no elevador, podem evitar dores de cabeça complexas -como quando essas questões chegam à Justiça.
O caminho para as boas relações pode passar por uma habilidade específica na busca do bem-estar dos condôminos.
Neusa Antoniazi é embaixadora da política de boa vizinhança em seu prédio. Com jeito para cuidar dos outros, Antoniazi é a mão na roda quando algum dos idosos que moram no prédio necessita de ajuda.
"Quando precisam de alguma coisa, sempre me chamam. Gosto de conversar com as pessoas e de me sentir útil."
Ela conta sobre um episódio em que ajudou uma vizinha após sua saída do hospital. "Eu ia visitá-la três vezes por dia, ajudava no que podia. Por ser sempre uma experiência diferente, você aprende com as pessoas", ressalta.

Síndico pacificador
Muitas vezes as iniciativas têm caráter mais estratégico. O síndico Amadeu Virolli, professor universitário, adotou o sentimento coletivo como bandeira para gerir o condomínio.
"Não precisa mandar flores. É só perceber que há uma pessoa morando acima e outra abaixo de você. Os relacionamentos já fluem melhor", diz.
O conceito de comunidade se estende à tomada de decisões. "Quando um encanador vem ao prédio, converso antes com os moradores para ver qual o melhor dia para todo mundo. E peço sugestões de fornecedores para contratar um serviço novo", conta Virolli.
Mesmo em questões mais delicadas, como o fechamento de algumas sacadas do prédio, o síndico assegura que tudo é bem resolvido. "Quem não vai fechar a sacada respeita quem tomou essa decisão", relata.
Valdemar Chiavone, endodontista, é síndico do prédio comercial onde trabalha e afirma que respeito e camaradagem são cultivados sobretudo em assuntos delicados.
Reformas só são tocadas nos finais de semana ou de madrugada, embora isso aumente seu preço. "Não gera discussão. Custa mais, mas não dá para ser feito de outra maneira. Imagine um otorrino fazendo uma audiometria com um bate-estaca?", exemplifica.
Para os especialistas, é papel do síndico incentivar e desenvolver o bom relacionamento.
"Geralmente o clima mais ameno no condomínio é fomentado pelo síndico. Entre outras atribuições, ele tem que cuidar do relacionamento entre os moradores", afirma Rosely Schwartz, professora do curso de administração de condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).
Para evitar surpresas desagradáveis, Schwartz aconselha que se peça sempre, antes de se mudar, o regulamento e a convenção do condomínio. "Assim, o novato já sabe, de antemão, o que lhe espera."


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