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Procura-se
Faltam apartamentos de 1, 2 e 3 quartos para alugar em bairros como Moema e Pinheiros
Leo Caobelli/Folha Imagem
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Em Perdizes, Thais Seppe não encontra apartamento de um dormitório |
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO
Com as maiores facilidades
de financiamento oferecidas
pelos bancos, muitas pessoas
têm trocado o aluguel pela
compra da casa própria.
Mas se engana quem pensa
que o mercado de locação está
em baixa. Pelo contrário: quem
busca imóveis de um, dois ou
três quartos tem dificuldade
para encontrá-los, vagos e em
bom estado, em regiões mais
centrais da cidade de São Paulo.
É o caso de bairros como Perdizes, Lapa, Sumaré, Pinheiros,
Vila Madalena e Jardins, na zona oeste, e Moema, Paraíso e
Vila Mariana, na zona sul.
As moradias mais cobiçadas
e escassas dessas localidades
são "pequenas, modernas e
com um baixo custo de encargos", de acordo com Moacyr
Oliveira, da gestão imobiliária
do Grupo Hubert.
Entre as mais disputadas, estão as que se localizam perto
das linhas de metrô, especialmente nas imediações da avenida Paulista, acrescenta Ana
Paula Pellegrino, diretora da
imobiliária Adbens.
"São procuradas sobretudo
por recém-casados, estudantes
e estagiários de outros Estados
que estão na cidade por um curto período", define Oliveira.
A especialista em sistemas de
TI Thais Seppe, 32, constatou a
"carência de apartamentos de
um dormitório" para alugar em
Perdizes. Ela tem buscado esse
tipo de imóvel na região para
um amigo de Curitiba que vai se
mudar para São Paulo.
"Conversamos com várias
imobiliárias, e são pouquíssimas as ofertas", relata. Ela mesma comprou um apartamento
de um quarto na região, "há
poucos meses". "Quando o assunto é comprar, o retorno dos
corretores é mais assertivo."
"Os valores de aluguel estão
dentro da realidade do mercado, e, como o poder aquisitivo
da população tem melhorado,
mais contratos passaram a ser
fechados", diagnostica José Augusto Viana Neto, presidente
do Creci-SP (conselho regional
de corretores de São Paulo).
E, com uma renda melhor, as
pessoas passam a ter acesso à
aprovação de outras modalidades de garantia além do fiador,
como o seguro-fiança -que
custa de um aluguel a um aluguel e meio por ano.
"E as seguradoras reduziram
o grau de exigibilidade para
aprovação do inquilino", lembra Pellegrino.
Migração
Viana aponta o movimento
de pessoas que haviam alugado
imóveis na periferia, mais baratos, e têm migrado para bairros
mais centralizados.
"Não creio que o crescimento
dos financiamentos seja um fator que influencie na quantidade de locações", afirma. "O déficit habitacional é grande."
A Lello calcula que o número
de negócios de aluguel fechados pela imobiliária em agosto
tenha sido 25% maior que o de
julho, e 33% superior ao do
mesmo mês em 2006.
"Dos imóveis que entram em
nossa carteira, 70% são alugados quase que imediatamente",
diz Roseli Hernandes, gerente-geral de locação e vendas.
"Estão sendo alugados até
mesmo aqueles que estavam
encalhados por falta de manutenção", completa.
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