São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Procura-se

Faltam apartamentos de 1, 2 e 3 quartos para alugar em bairros como Moema e Pinheiros

Leo Caobelli/Folha Imagem
Em Perdizes, Thais Seppe não encontra apartamento de um dormitório


EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS E CONSTRUÇÃO

Com as maiores facilidades de financiamento oferecidas pelos bancos, muitas pessoas têm trocado o aluguel pela compra da casa própria.
Mas se engana quem pensa que o mercado de locação está em baixa. Pelo contrário: quem busca imóveis de um, dois ou três quartos tem dificuldade para encontrá-los, vagos e em bom estado, em regiões mais centrais da cidade de São Paulo.
É o caso de bairros como Perdizes, Lapa, Sumaré, Pinheiros, Vila Madalena e Jardins, na zona oeste, e Moema, Paraíso e Vila Mariana, na zona sul.
As moradias mais cobiçadas e escassas dessas localidades são "pequenas, modernas e com um baixo custo de encargos", de acordo com Moacyr Oliveira, da gestão imobiliária do Grupo Hubert.
Entre as mais disputadas, estão as que se localizam perto das linhas de metrô, especialmente nas imediações da avenida Paulista, acrescenta Ana Paula Pellegrino, diretora da imobiliária Adbens.
"São procuradas sobretudo por recém-casados, estudantes e estagiários de outros Estados que estão na cidade por um curto período", define Oliveira.
A especialista em sistemas de TI Thais Seppe, 32, constatou a "carência de apartamentos de um dormitório" para alugar em Perdizes. Ela tem buscado esse tipo de imóvel na região para um amigo de Curitiba que vai se mudar para São Paulo.
"Conversamos com várias imobiliárias, e são pouquíssimas as ofertas", relata. Ela mesma comprou um apartamento de um quarto na região, "há poucos meses". "Quando o assunto é comprar, o retorno dos corretores é mais assertivo."
"Os valores de aluguel estão dentro da realidade do mercado, e, como o poder aquisitivo da população tem melhorado, mais contratos passaram a ser fechados", diagnostica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (conselho regional de corretores de São Paulo).
E, com uma renda melhor, as pessoas passam a ter acesso à aprovação de outras modalidades de garantia além do fiador, como o seguro-fiança -que custa de um aluguel a um aluguel e meio por ano.
"E as seguradoras reduziram o grau de exigibilidade para aprovação do inquilino", lembra Pellegrino.

Migração
Viana aponta o movimento de pessoas que haviam alugado imóveis na periferia, mais baratos, e têm migrado para bairros mais centralizados.
"Não creio que o crescimento dos financiamentos seja um fator que influencie na quantidade de locações", afirma. "O déficit habitacional é grande."
A Lello calcula que o número de negócios de aluguel fechados pela imobiliária em agosto tenha sido 25% maior que o de julho, e 33% superior ao do mesmo mês em 2006.
"Dos imóveis que entram em nossa carteira, 70% são alugados quase que imediatamente", diz Roseli Hernandes, gerente-geral de locação e vendas.
"Estão sendo alugados até mesmo aqueles que estavam encalhados por falta de manutenção", completa.

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