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ORDEM NA CASA
'Pais' do prédio dividem cuidados
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos primeiros dias de vida, o
condomínio ainda não consegue fazer nada sozinho: precisa
de ajuda especial dos "pais" para ter água, energia, "certidão
de nascimento" e até alguns
"testes do pezinho", para checar se há defeitos "congênitos".
O problema, no caso, é os responsáveis estarem cientes de
suas responsabilidades na hora
da divisão das tarefas.
É obrigação da construtora
pedir às concessionárias de
água e de energia para acionarem o fornecimento. Também
é ela que deve solicitar à prefeitura o Habite-se -documento
que autoriza a ocupação- e o
desmembramento do IPTU
(Imposto Territorial e Predial
Urbano).
As chaves só podem ser entregues após a expedição do
Habite-se. Com elas em mãos, a
mudança ainda deve esperar a
vistoria de áreas comuns e privativas. Uma empresa pode ser
contratada para fazer o serviço
ou os proprietários podem se
encarregar dele.
O comprador do apartamento deve verificar se há infiltrações, rachaduras ou entupimento por resíduos das obras.
"Filme ou fotografe irregularidades", recomenda o advogado
especializado em condomínios
Daphnis Citti, 59. Mas Citti
lembra que, muitas vezes, os sinais de defeitos da construção
só aparecem com o uso.
O assessor Luiz Antonio Rodrigues sugere não fazer obras
que alterem a configuração da
planta nos primeiros cinco
anos -prazo de garantia a partir da expedição do Habite-se.
Outra dica importante é certificar-se de que o número indicado no padrão corresponde ao
do seu apartamento, para não
pagar pelo consumo do vizinho.
Além de checar as condições
estruturais, verifique se todos
os itens previstos no contrato
foram entregues. Há prédios
que vêm "do berço" com mobiliário de hall, salão de festas e
outras áreas comuns.
Mas, em alguns casos, sobra
para o síndico pagar do próprio
bolso -com restituição futura- por lixeiras e lâmpadas.
Mudanças
A advogada Carla Ortiz encontrou o apartamento e o prédio em perfeitas condições de
uso quando foi entregue, há
três meses. Mas, mesmo assim,
o condomínio já sofreu dois
ajustes significativos para
quem está só engatinhando.
Um porteiro extra foi contratado para receber exclusivamente prestadores de serviço
fixos e eventuais, e o gerente
predial contratado pela administradora foi substituído por
outro, empregado direto do
condomínio.
"Achamos melhor ter um
funcionário nosso para coordenar os demais", justifica Ortiz,
que é a subsíndica.
Por enquanto, o staff do prédio ainda não está completo. Os
moradores que já se instalaram
aguardam a chegada dos demais -apenas 65 dos 224 apartamentos estão ocupados- para definir as condições de contratação de babás para o "child
care" e de instrutores para a
academia e a piscina.
Mesmo assim, todos os proprietários são obrigados a pagar
a taxa condominial.
(DF)
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