São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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Oferta baixa infla preços em 14%

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os apartamentos no centro são hoje, em geral, raros, grandes e caros. Segundo o estudo Datafolha, o valor dos imóveis da região subiu em média 14% nos últimos cinco anos, e a área útil média das unidades deu um salto de 8%. Apesar de a oferta ter aumentado muito, continua escassa: apenas 17 lançamentos em 2003.
Comparativamente, as unidades de um e de dois dormitórios são mais espaçosas no centro do que nas zonas leste e norte da cidade. "É a demanda que determina isso, as pessoas querem morar no centro, mas não buscam mais as velhas quitinetes, querem espaço", diz Paulo Roberto de Souza, 57, corretor no centro há 15 anos.
Segundo ele, o perfil do morador da região é jovem, com idade na faixa dos 30 anos, profissional liberal e boêmio. "Antes, esse público só queria morar em bairros badalados, como Vila Madalena e Vila Olímpia, e tinha muito preconceito com a região central", comenta. "Com as festas daqui [nas regiões da República e do Vale do Anhangabaú], eles passaram a ver os bairros com outros olhos, e a demanda cresceu."
As unidades que mais valorizaram na região foram justamente as de um (22,5%) e de dois (8,1%) dormitórios, segundo o Datafolha. Os três-quartos encareceram só 0,6%, enquanto os quatro-quartos perderam 5,2% do valor.
Mário França, 54, diretor da Requadra Desenvolvimento Imobiliário, confirma que a demanda por imóveis no centro prioriza o que é "compacto e acessível". A empresa tem quatro lançamentos na região e afirma que a comercialização vai bem. "Construí um prédio de 50 m2, com dois dormitórios, na Liberdade, e foi um sucesso de vendas", diz. Cada unidade custou R$ 70 mil. (EF)


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