São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2010

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Quatro-dormitórios é o menos vendido

Grandes estoques são causados por preços altos e inflação do mercado

Em SP, lançamentos econômicos têm grande velocidade de venda e empurram compradores para áreas distantes


DE SÃO PAULO

O estoque de quatro-dormitórios supera 20% em 19 das 56 zonas de valor em que houve esse tipo de lançamento nos últimos 36 meses. Em quatro (Jardim América, Jardim Sul, Jardim Europa -zona oste- e Vila Formosa -zona leste), mais de 40% dos novos estão à venda.
Por um lado, pode ser considerada normal a venda mais lenta de unidades que têm esse perfil.
A média de quatro-quartos remanescentes na cidade é de 15,6%, de acordo com levantamento feito a pedido da Folha pela Inteligência de Mercado da Lopes.
Contudo, esse estoque alto pode sinalizar mal dimensionamento do mercado em determinadas regiões, segundo especialistas.
"As construtoras começam a ver lançamentos de um tipo na região serem sucesso de vendas e acabam lançando equivalentes com o preço valorizado, sem fazer estimativa correta da demanda", afirma Sidney Kühl da Silva, diretor de vendas da Fernandez Mera.
Foi o que aconteceu, segundo ele, em áreas como Chácara Santo Antônio e Anália Franco, em que o metro quadrado de algumas unidades chegou a R$ 7.000.
Além disso, a dilatação de áreas nobres na hora de vender nem sempre funciona. O Jardim Sul tenta estender a valorização do Morumbi. A Vila Formosa tem empreendimentos que querem se aproximar do Anália Franco, mas não conseguem consumidores dispostos a pagar o preço pedido.
O descompasso, aliado à crise econômica de 2008, freou as vendas dessa fatia do mercado. "Os imóveis de alto padrão ainda estão parados", confirma Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara.

OUTRO LADO
Na outra ponta do mercado, lançamentos econômicos são os que registram maior velocidade de venda.
Jardim Aricanduva (zona leste), Parque Bristol (zona sul), Barra Funda e Pirituba (zona oeste) são zonas de valor que tiveram mais de 1.400 unidades lançadas no período de três anos e hoje não chegam a ter 1% delas vagas.
Imóveis com preços de até R$ 250 mil têm grande procura e, ao mesmo tempo, não atraem muitos investidores interessados na valorização durante a obra.
Nessas áreas, não há negociação nem é preciso muito esforço de venda. O comprador que precisa de preços mais convenientes terá de ir mais longe. "O econômico derrete na hora [do lançamento]", define Silva. (CC)


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