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Quatro-dormitórios é o menos vendido
Grandes estoques são causados por preços altos e inflação do mercado
Em SP, lançamentos econômicos têm grande velocidade de venda e empurram compradores para áreas distantes
DE SÃO PAULO
O estoque de quatro-dormitórios supera 20% em 19
das 56 zonas de valor em que
houve esse tipo de lançamento nos últimos 36 meses.
Em quatro (Jardim América,
Jardim Sul, Jardim Europa
-zona oste- e Vila Formosa
-zona leste), mais de 40%
dos novos estão à venda.
Por um lado, pode ser considerada normal a venda
mais lenta de unidades que
têm esse perfil.
A média de quatro-quartos
remanescentes na cidade é
de 15,6%, de acordo com levantamento feito a pedido da
Folha pela Inteligência de
Mercado da Lopes.
Contudo, esse estoque alto
pode sinalizar mal dimensionamento do mercado em determinadas regiões, segundo
especialistas.
"As construtoras começam a ver lançamentos de
um tipo na região serem sucesso de vendas e acabam
lançando equivalentes com o
preço valorizado, sem fazer
estimativa correta da demanda", afirma Sidney Kühl da
Silva, diretor de vendas da
Fernandez Mera.
Foi o que aconteceu, segundo ele, em áreas como
Chácara Santo Antônio e
Anália Franco, em que o metro quadrado de algumas
unidades chegou a R$ 7.000.
Além disso, a dilatação de
áreas nobres na hora de vender nem sempre funciona. O
Jardim Sul tenta estender a
valorização do Morumbi. A
Vila Formosa tem empreendimentos que querem se
aproximar do Anália Franco,
mas não conseguem consumidores dispostos a pagar o
preço pedido.
O descompasso, aliado à
crise econômica de 2008,
freou as vendas dessa fatia
do mercado. "Os imóveis de
alto padrão ainda estão parados", confirma Paola Alambert, diretora de marketing
da imobiliária Abyara.
OUTRO LADO
Na outra ponta do mercado, lançamentos econômicos
são os que registram maior
velocidade de venda.
Jardim Aricanduva (zona
leste), Parque Bristol (zona
sul), Barra Funda e Pirituba
(zona oeste) são zonas de valor que tiveram mais de 1.400
unidades lançadas no período de três anos e hoje não
chegam a ter 1% delas vagas.
Imóveis com preços de até
R$ 250 mil têm grande procura e, ao mesmo tempo, não
atraem muitos investidores
interessados na valorização
durante a obra.
Nessas áreas, não há negociação nem é preciso muito
esforço de venda. O comprador que precisa de preços
mais convenientes terá de ir
mais longe. "O econômico
derrete na hora [do lançamento]", define Silva.
(CC)
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