São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008 |
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Jaguaré em contraste Reduto de casas e sobrados, distrito teve 3.049 apartamentos lançados nos últimos dois anos
CRISTIANE CAPUCHINHO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Acerola, manga, goiaba, mexerica, pitanga, abacate. Maria Gema Martins, 53, consultora administrativa, colhe frutas no pé o ano todo, em frente a sua casa, no Jaguaré (zona oeste). Em uma rua de casas térreas e sobrados, esse horizonte de aparente tranqüilidade é cortado por seis edifícios em construção, sinal do crescente interesse imobiliário pela região. Nos últimos dois anos, fo- ram lançados 15 empreendimentos no distrito -são 3.049 unidades em construção. Em 2004/05, foram 2.385 unidades lançadas, 60% delas no segundo semestre de 2005. Próximo à interligação entre as marginais Pinheiros e Tietê e de fácil acesso a rodovias como Castello Branco e Raposo Tavares, o distrito do Jaguaré é apresentado como alternativa de conforto e menor preço para quem quer ficar próximo a Pinheiros. Cortada pela movimentada avenida Corifeu de Azevedo Marques, via de chegada a Osasco, a região tem apartamentos econômicos -de até R$ 200 mil-, concentrados no bairro Jaguaré, e de alto padrão -por cerca de R$ 400 mil-, na Vila São Francisco. De acordo com a Geoimovel, empresa que fez um levantamento exclusivo para a Folha, o m2 na Vila São Francisco foi vendido em 2007 por R$ 2.249,33, em média, chegando a R$ 3.200 em alguns empreendimentos; em Pinheiros, o custo médio é de R$ 4.040,85. Infra-estrutura Os dois bairros -Jaguaré e Vila São Francisco- desfrutam de uma ampla rede de serviços e comércio, dois shopping centers, colégios e universidades próximas, além das áreas verdes da Cidade Universitária e do parque Villa-Lobos. "A área une infra-estrutura completa de um bairro central e qualidade de vida", define Eduarda Soldera, gerente de produto da Sthulberger Engenharia e Produções, que constrói um residencial no Jaguaré. Moradora do bairro há quase 40 anos e presidente da associação de moradores, Maria Gema diz concordar. "Há vida social intensa [entre vizinhos] e você encontra tudo o que precisa", assevera ela. Galpões desativados e grandes terrenos foram o principal atrativo para construtoras. E os imóveis ainda tendem a valorizar no local. Lentidão "A valorização deve ser menor que nos últimos dois anos, quando era maior a procura por terrenos", analisa Celso Amaral, diretor da consultoria imobiliária Amaral d'Avila. Apesar de ter avenidas coletoras, o aumento populacional já pesa no tráfego da região e gera reclamações da Saja (Sociedade de Amigos do Jaguaré). "O trânsito nas avenidas Jaguaré e Corifeu é caótico. Pedimos para a subprefeitura da Lapa [responsável pelo distrito] o alargamento da avenida Jaguaré e uma série de alterações", explica Maria Gema. Se as poucas vias de acesso à Vila São Francisco podem ser consideradas um atributo de segurança, a avenida principal -Cândido Motta Filho- dá sinais de esgotamento. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), não há previsão de alterações para a área. Próximo Texto: Jaguaré: Assédio do mercado desorganiza região Índice |
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