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JAGUARÉ
Assédio do mercado desorganiza região
Inicialmente planejado, distrito hoje enfrenta problemas de crescimento desordenado, como os de trânsito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No caos da metrópole paulistana, a Vila São Francisco e o
Jaguaré se destacam por uma
peculiaridade: a infra-estrutura de bairros planejados.
O primeiro foi fundado em
1935, e o segundo, 60 anos
mais tarde, por uma grande
construtora.
Unidos pela avenida Corifeu
de Azevedo Marques, os dois
dispõem de rede centralizada
de serviços e comércio, além de
áreas verdes e espaços de integração comunitária.
Parte da fazenda de Henrique Dumont Villares, o Jaguaré
foi idealizado com três núcleos:
residencial, comercial e industrial. O princípio era o de um
bairro auto-suficiente, para
não haver necessidade de locomoção para o centro da cidade.
"A população antiga do bairro é grande e muitos dos filhos
compraram suas casas na região", conta o padre Roberto
Grandmaison, 65.
"Há ainda um clima familiar
em que os vizinhos se conhecem", afirma o vigário, alocado
na paróquia do bairro em 1969.
"Nos anos 70, o Jaguaré era
um bairro industrial com casas
e bastante área verde, parecia
uma cidade do interior", descreve Mário Bonassa, 73, que
mora no bairro desde 1948.
O fechamento de indústrias e
o adensamento populacional
transformaram a aparência do
bairro e trouxeram problemas
de "cidade grande".
Se, por um lado, a estrutura
de poucas vias de passagem e
muitas ruas sem saída garante
o clima tranqüilo, o número reduzido de acessos causa trânsito ainda dentro do Jaguaré, dificultando a saída dos habitantes em direção ao centro.
Do lado mais nobre, a Vila
São Francisco situa-se no entorno de um grande clube de
golfe, com a avenida Escola Politécnica lindeira, via direta entre a marginal Pinheiros e o Rodoanel Mário Covas.
Campo
Conhecido pelas grandes
áreas verdes, a referência do
bairro é o condomínio fechado
Colina de São Francisco, que
trouxe uma praça comercial luxuosa para a principal avenida.
O bancário Fernando Ueta,
26, conta que a abertura do
condomínio foi responsável
por melhorias na infra-estrutura e pelo trânsito.
"O lado negativo foi o aumento no número de carros. Mas
agora tem uma boa lavanderia,
um café confortável", pondera
Ueta, que leva uma hora para ir
de carro à avenida Paulista.
O trânsito, porém, não perturba a todos. No limite entre
São Paulo e Osasco, muitos moradores levam a vida no contrafluxo, trabalhando e estudando
na cidade vizinha.
É o caso da advogada Márcia
Bonassa, 45, que se mudou para
a Vila São Francisco há quatro
anos, mas sempre morou na região. Nascida no Jaguaré, ela
freqüentou escolas em Osasco,
onde montou seu escritório.
Segundo Eduarda Soldera, da
Sthulberger Engenharia, o distrito é procurado pela população da região e pela de Osasco.
Rogério Santos, diretor de
planejamento e marketing da
Abyara, destaca a proximidade
com a avenida Brigadeiro Faria
Lima e com a praça Panamericana na escolha do bairro por
novos compradores que trabalham naquela área.
(CC)
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