São Paulo, Domingo, 21 de Março de 1999
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IMÓVEL NA PLANTA
CEF repassará o dinheiro do comprador para a construtora de uma só vez, e não mais em parcelas mensais
Mudam as regras para o uso do FGTS

free-lance para a Folha

A partir do dia 1º de abril, a compra de um imóvel na planta com o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) estará mais fácil. Esse é o prazo máximo para que os agentes financeiros (bancos responsáveis pelo financiamento de imóveis) se adaptem à nova forma de liberação do fundo.
Com a mudança, a CEF (Caixa Econômica Federal) irá repassar ao banco todo o FGTS do comprador do imóvel de uma só vez. O valor irá para uma conta de poupança e será resgatado de acordo com as necessidades da construção.
A vantagem desse novo sistema está no maior número de empreendimentos que aceitarão o fundo de garantia como forma de pagamento para a aquisição de unidades na planta.
O FGTS poderá quitar uma parte qualquer do financiamento: entrada ou prestações pós-chaves.
Até agora, poucos bancos aceitavam esse dinheiro nos financiamentos, apesar de o uso do fundo para esse fim estar autorizado há dois anos. Isso porque o FGTS era repassado às construtoras em parcelas iguais e mensais, independentemente da fase da construção.

Fim da burocracia
"O engenheiro da CEF tinha de vir à obra examinar o projeto para liberar uma das parcelas do fundo. Era uma burocracia", diz o diretor de programas habitacionais do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias), Basílio Jafet. Por conta disso, nesses dois anos, menos de 50 mil apartamentos na planta foram vendidos por esse sistema.
Para Jafet, a liberação única do fundo pela CEF irá facilitar cerca de 30% dos compradores, que hoje não dispõem de recursos para dar a entrada no imóvel. "Agora, eles poderão utilizar o FGTS."
O coordenador da área de FGTS da CEF, José Maria Leão, explica que outra vantagem com a mudança é o fato de o dinheiro ser depositado em uma conta-poupança.
"Nessa conta, o valor depositado rende 6% ao mês, mais a TR." Antes, com o repasse do dinheiro em parcelas iguais, o dinheiro rendia metade desse percentual.

Futuro
Paulo Bossan, 37, usará o FGTS na compra de um imóvel na planta: um apartamento de 60 m2, no valor de R$ 60 mil, em Osasco (SP), comercializado pela Triumpho. "É um investimento para os meus filhos, no futuro. Não tenho pressa."
Ele conta que, com o FGTS, será possível pagar dois terços do imóvel. O restante será parcelado após a entrega das chaves. "Só vou me preocupar com os pagamentos no final do ano que vem", afirma.


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