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Júlio, consultor, que faz curso de marcenaria, diz que essa atividade também traz realização pessoal

CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local

O setor de bricolagem aposta na instabilidade financeira do país para aumentar a sua fatia de mercado. O segmento, que recebeu um impulso com a chegada das redes francesas Leroy Merlin e Castorama, entre 1997 e 1998, espera dar saltos ainda maiores este ano.
As empresas desse segmento partem da premissa de que os adeptos do "do it yourself" (faça você mesmo) tenderão a crescer, já que a ordem da vez é economizar.
A rede Peg & Faça já prevê um faturamento entre R$ 21 milhões e R$ 25 milhões para este ano. No ano passado, a empresa faturou algo em torno de R$ 17 milhões.
Raimundo de Oliveira Rocha, 33, gerente comercial da empresa, diz que pelo menos duas novas unidades serão abertas até o fim de 99. "Também investiremos mais em divulgação para atrair um número maior de pessoas", acrescenta.

Pesquisas
Pesquisas internas da empresa revelam que cerca de 2,5 milhões de pessoas circulam nas 13 lojas da rede por ano. "E 90% são clientes que voltam, ou seja, são fiéis."
Para João Paulo Siqueira, 39, pesquisador e professor do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Universidade de São Paulo (USP), apesar de a crise favorecer esse mercado, é preciso ponderar.
Para ele, não dá para esperar nada muito grande. "A instabilidade também poderá inibir a compra de material de construção", afirma.
Pesquisa da USP intitulada "O Varejo do Mercado de Construção e o Mercado do Faça Você Mesmo", realizada em 97 junto a 400 pessoas, mostrava que pelo menos 59% dos entrevistados pretendiam reformar suas casas e que, deste total, 40% costumam realizar consertos domésticos. O mesmo levantamento revelava que 70% das pessoas faziam os consertos em casa para economizar.
Para Siqueira, o mercado da bricolagem tem grande potencial, mas ainda é pouco explorado.

Conceito
O conceito do "faça você mesmo" surgiu nos Estados Unidos, na década de 50. O objetivo era conquistar um segmento de mercado principalmente feminino.
As empresas especializadas passaram a priorizar equipamentos de fácil aplicação, apresentados em embalagens auto-explicativas.
No ateliê Damaris Paiva & Mario Lopomo, por exemplo, 70% das pessoas que buscam os cursos de texturização de parede são mulheres. O mesmo acontece na rede Peg & Faça: das 4.500 pessoas que comparecem às diversas aulas, 80% são do sexo feminino.


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