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Critérios incluem o valor histórico
da Reportagem Local
O arquiteto Júlio Neves define os
prédios marcantes como sendo
aqueles que caracterizaram o desenvolvimento da arquitetura de
São Paulo.
Assim, elege edifícios assinados
por Vilanova Artigas e Rino Levi,
representantes de um movimento
marcado pelo uso do concreto e
das colunas de sustentação, o modernismo.
Seus exemplos são, respectivamente, o Louveira e o Prudência,
ambos em Higienópolis, região
central da cidade.
"E o edifício Ester é um marco",
resume, ao se referir ao projeto de
Álvaro Vital Brasil.
Embora afirme que não existe
uma arquitetura tipicamente paulistana, o arquiteto e professor
Carlos Lemos aponta alguns destaques na paisagem de São Paulo.
"Muitas coisas que foram construídas aqui não foram construídas em outros lugares." Ele se refere à contribuição dos imigrantes.
Seu exemplo é o Museu do Ipiranga -uma obra italiana.
Quando questionado sobre edifícios que marcam a cidade, ele cita
o Copan -"isso do ponto de vista
do transeunte"- e o Ester -nesse
caso, pelo valor arquitetônico. "É
uma obra-prima da arquitetura."
Já para Paulo Mendes da Rocha,
o Copan é um marco da moradia
moderna vertical paulistana.
"Em qualquer foto aérea de São
Paulo, o Copan sai. Além disso, ele
proporciona diversas opções de
moradia", acrescenta o arquiteto
Rui Ohtake.
Mendes da Rocha também cita
uma obra sua, o edifício Guaimbê,
quando se refere a projetos arquitetônicos de destaque da cidade.
Isso pela importância que o prédio
ganhou por ter sido um dos primeiros a usar o concreto armado
aparente.
Já o arquiteto Carlos Conde, que
hoje apresenta o programa "Jazz
Concert", na Cultura FM, foi o único que ressaltou os prédios mais
contemporâneos.
Depois do Louveira, ele elegeu o
Porto Seguro, na Vila Nova Conceição (zona sudoeste), dos arquitetos Alberto Botti e Marc Rubin,
de 1984.
Art nouveau
Residências do início do século
foram a escolha do historiador Benedito Lima de Toledo. Os casarões, que hoje são as sedes da pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), na rua Maranhão, e do São Paulo Club, na
avenida Higienópolis, ambos em
Higienópolis, segundo ele marcam
importante etapa da história.
"Apesar de as casas terem mudado de utilização, elas retratam claramente como foi feita a arquitetura art nouveau -composições inspiradas em flores e motivos vegetais- em São Paulo. E justamente
por terem encontrado uma outra
utilização é que conseguiram sobreviver", afirma.
Para a deputada federal Luiza
Erundina, que foi prefeita de São
Paulo entre 1989 e 1992, os poucos
casarões que sobraram na avenida
Paulista -como a Casa das Rosas,
projetada em 1928 por Ramos de
Azevedo (1851-1928)- são exemplos da arquitetura que ainda marca a cidade.
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