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Investimento caseiro
Facilidades de financiamento instigam compra de imóvel, usado ou na planta, para revenda
DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior oferta de crédito e de
lançamentos tem impulsionado a busca pela casa própria -e
desperta o interesse de quem
quer comprar um imóvel para
ganhar dinheiro com ele.
Mas, antes de lançar mão de
uma poupança ou tirar o fundo
da aplicação financeira, é preciso muita cautela. O investimento em imóvel pede conhecimento de causa para não se
transformar em "roubada".
Para Keyler Carvalho Rocha,
professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e vice-presidente do Ibef (instituto de
executivos de finanças), há
mais chance de lucro na compra para reforma e revenda.
Mas, para o negócio vingar, é
preciso uma conjunção de fatores favoráveis, que dependem
de pesquisa e "timing": achar o
imóvel certo no lugar certo e fazer a reforma no tempo certo.
"É preciso ter tempo para cavar no mercado e, depois de
comprar, para fazer o projeto
de arquitetura e decoração",
orienta o consultor financeiro
Flavio Mantesso Filho.
Outro requisito é experiência. "A reforma tem de ser rápida e econômica, muitos arquitetos e engenheiros fazem isso", afirma o professor de finanças do Ibmec-SP Ricardo
José de Almeida.
"Quem não tem know-how
pode associar-se a especialistas", sugere. Essa é a estratégia
da pós-graduanda em negócios
imobiliários Sílvia Rocha, 32.
Seu marido, Fabio Rocha, é
arquiteto e orienta as reformas.
A primeira foi para uso próprio,
mas uma valorização de 85%
-descontado o gasto com
obras- em um apartamento
animou o casal.
Detonado
Sílvia Rocha ensina: "A idéia
é ganhar mais no valor de compra, quando o imóvel está muito detonado. Não adianta reformar e pôr um superpreço".
"Quanto pior o estado do
imóvel, melhor. O mau estado
denuncia a falta de recursos do
proprietário, que pode ser mais
maleável na negociação", concorda o presidente do Cofeci
(conselho federal de corretores), João Teodoro da Silva.
"É preciso buscar regiões onde vai passar o metrô ou uma
rua será asfaltada", pontua Carvalho Rocha. Em suma: "Regiões que serão valorizadas".
Ou as que estão em desenvolvimento. No litoral do Nordeste, europeus buscam casas e
apartamentos para veraneio,
valorizando a região, lembra o
consultor Feliciano Giachetta.
Na cidade de São Paulo, as
melhores oportunidades, para
os especialistas, estão no centro e nos Jardins (zona oeste).
No centro, devem-se evitar
áreas muito deterioradas.
Uma opção para garimpar
bons negócios é Higienópolis,
onde há apartamentos de 150
m2, pé-direito alto e em condomínios bem conservados por a
partir de R$ 300 mil.
Rocha lembra que é preciso
prever gastos como o de ITBI
(Imposto sobre a Transmissão
de Bens Imóveis).
Colaborou EDSON VALENTE , editor-assistente
de Imóveis e Construção
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