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INVESTIMENTO CASEIRO
Aluguéis perdem para aplicações financeiras
Sem capital para financiar compra, inquilino tem pechinchado mais
Marlene Bergamo - 04.fev.04/Folha Imagem
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O Morumbi é alvo dos investimentos do advogado Luiz Carlos Barros
DA REPORTAGEM LOCAL
O aluguel é o "capital de giro"
com o qual o advogado Luiz
Carlos Galvão Barros, 30,
investe em imóveis.
Ele é dono de um dois-quartos no Morumbi (zona oeste),
comprado na planta e alugado
um mês após a entrega das chaves -em três anos, a vacância
foi de apenas um mês, no intervalo entre a saída do primeiro e
a chegada do atual inquilino.
O aluguel de R$ 800 paga a
parcela do financiamento e ainda sobra. E o valor do apartamento passou de R$ 75 mil para
R$ 130 mil, o que motivou Barros a comprar outro, ainda em
obras, no mesmo bairro.
Morador da região, ele dispensou consultoria especializada e usou o próprio "feeling"
para fazer o negócio.
"O Morumbi tem mais terrenos que Moema e Brooklin, por
isso os preços dos apartamentos são menores, e há atrativos
como áreas verdes e escolas."
Agora Barros planeja investir
em escritórios, em sociedade
com familiares. "O aluguel comercial foi o que mais subiu, e o
Morumbi tem carência de conjuntos comerciais", avalia.
Antes de adotar a estratégia
de Barros, é bom ponderar: as
facilidades de financiamento
podem afugentar o inquilino de
imóveis residenciais.
"Ele chama o locador para
pechinchar um valor de aluguel
menor que a parcela do financiamento ou prefere comprar
seu próprio imóvel", diz o diretor comercial da consultoria
Binswanger, Erwin Tubandt.
"O inquilino pode ser obrigado a alugar justamente por não
ter crédito para financiamento,
aí existe o risco de inadimplência", afirma o professor de finanças do Ibmec-SP Ricardo
José de Almeida.
Keyler Rocha, do Ibef, atenta
para outro problema: o "retorno" da locação -de 0,5% a 0,7%
mensais sobre o valor do imóvel- perde para o rendimento
de uma aplicação financeira.
"E o aluguel é ajustado só
uma vez ao ano", diz. "Quando
o imóvel está vazio, há despesas
de IPTU e condomínio."
Almeida sugere comprar um
imóvel na planta e revendê-lo
pronto, já que a demanda aumenta à medida que se aproxima a entrega. "É preciso saber
se aquela área está valorizada
ou vai valorizar", ressalta.
(DF)
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