São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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FUGA DAS GOTINHAS

Empresas especializadas detectam falhas hidráulicas que aumentam o consumo de água do prédio

"Caça-vazamento" estanca gasto excessivo

Renato Stockler/Folha Imagem
O zelador Osvaldo Matos (à esquerda) e o engenheiro Eduardo Ioshimoto usaram aparelhos para detectar falhas no sistema hidráulico e economizaram R$ 5.500 na conta de água do prédio


GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Gota a gota, furos no encanamento do condomínio causam mais estrago do que manchas escuras na parede da sala. O pinga-pinga invisível pode aumentar o consumo de água em até seis vezes mais do que o necessário, inflacionando ainda mais a segunda conta mais pesada do prédio.
Para secar a fonte do desperdício antes de o problema piorar, a saída é chamar uma empresa "caça-vazamentos" assim que surgirem suspeitas de falha.
Em condomínios, elas cobram de R$ 200 a R$ 500 para fazer o diagnóstico do problema usando equipamentos eletrônicos.
"Nossa conta de água caiu de R$ 5.000 para R$ 2.000", calcula Carlos Alberto Freitas, 51, zelador de um prédio no Tucuruvi (zona norte). "A tubulação era velha, enferrujada e cheia de pontos de vazamento", relata. A empresa contratada usou um aparelho ultra-sônico, que aumenta 28 vezes o barulho do vazamento, para encontrar os pontos fracos.
O engenheiro e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Eduardo Ioshimoto, 56, ajuda no controle do consumo de água e na eliminação de vazamentos em seu prédio, no Butantã (zona oeste). "Nosso gasto diário já caiu de 62 m3 para 46 m3", confirma o zelador Osvaldo Pereira Matos, 49.
Mas a missão dos caçadores pode requerer arsenal mais sofisticado. Para que o consumo de água no Convento da Santíssima Trindade, em Santo Amaro (zona sul), caísse de R$ 7.000 para R$ 1.200, foi usado um sistema de gás hélio para revelar onde estavam as fissuras (saiba mais na pág. 2).

Quem paga?
Localizado o vazamento, geralmente começa uma tormenta para decidir quem vai pagar o reparo. "Quando o problema está na área comum, em colunas, reservatórios ou ramais que ligam o hidrômetro à caixa enterrada, os custos de reparo são divididos entre todos", diz Hubert Gebara, 69, vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Secovi-SP (sindicato da habitação).
O advogado Luís Paulo Serpa, 37, explica que, se os danos da tubulação de um apartamento atingirem unidades vizinhas ou áreas comuns, o proprietário terá de assumir as despesas ou poderá ser autuado por síndico e moradores.
Já os condôminos que impedirem a entrada do síndico em casa, para reparos urgentes, terão de enfrentar autorização judicial.
Antes de recorrer a uma "caça-vazamentos", os moradores podem adotar medidas "caseiras" para achá-los.


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