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Verdades e mentiras se confundem na escolha do andar e da face do apartamento
Especialistas esclarecem as principais dúvidas do consumidor
Extremos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O de face sul é frio e úmido; o de
face norte tem boa insolação. O de
primeiro andar é barulhento; o de
último tem fissuras na parede.
Verdades e mentiras se confundem na escolha do andar e da face
do apartamento.
A insolação é o primeiro fator a
ser analisado. "O sol é importante
para higienizar os ambientes", explica Giovanni Palermo, 47, vice-diretor do Instituto de Engenharia. "Imóveis voltados para o sul
são frios e úmidos. Dormitórios
nessa posição são um equívoco."
Ele alerta ainda para o chamado
"efeito sombra" na cidade de São
Paulo. "Com o alto índice de verticalização, o apartamento, mesmo se for de face norte, pode ficar
sem sol por causa de edifícios vizinhos." Por isso, analise o entorno.
No meio-termo, os imóveis de
face leste recebem o sol da manhã,
e os de oeste, o da tarde -neste
caso, "os cômodos conservam o
calor para o período da noite",
lembra Rosio Baca Salcedo, professora de arquitetura da Unesp
(Universidade Estadual Paulista).
Truque
Na falta de uma bússola ou em
caso de desconfiança da informação do corretor ou do proprietário, Palermo ensina um truque
para se orientar. "Aponte o braço
direito para onde nasce o sol; lá
será o leste. À sua frente estará,
então, o norte e, às costas, o sul."
Muita gente vê desvantagens no
primeiro andar que, na prática,
nem sempre se confirmam. Como a do barulho proveniente da
rua ou da área comum. "Não é
dos piores", revela Eduardo Rottmann, do Instituto de Engenharia. "Os andares mais afetados são
os intermediários, pelas características da propagação do som."
Outra possibilidade que assusta
compradores de primeiro andar
são problemas de entupimento
das redes hidráulica e de esgoto.
"O refluxo pode acontecer nos
prédios mais antigos", diz Henrique Cambiaghi, 53, presidente da
Asbea (associação de escritórios
de arquitetura). "Mas, hoje, as
construtoras têm o cuidado de
criar uma saída de esgoto independente para esse andar."
No outro extremo do prédio, os
temores envolvem sobretudo as
infiltrações resultantes das chuvas. São reais, dizem os especialistas, mas a manutenção preventiva
bem-feita pode minimizar seus
efeitos. A impermeabilização, por
exemplo, tem duração de cerca de
oito anos e deve ser renovada.
"Fissuras resultantes da oscilação da parte alta do edifício podem ser evitadas com técnicas de
assentamento de tijolos e de vedação", diz Paulo Corrêa, coordenador do Crea-SP (conselho de engenharia e arquitetura). Nesse caso, só confiando na construtora.
(EDSON VALENTE)
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