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MERCADO SUSPENSO
Limite chega a operações urbanas
Títulos que financiam obras na cidade, trocados por potencial construtivo, estão em falta
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os Cepacs (Certificados de
Potencial Adicional de Construção), outra ferramenta dos
incorporadores para construir
além dos limites do Plano Diretor, também estão em falta.
O leilão desses títulos gera,
para a prefeitura, recursos para
investir nas áreas de operações
urbanas -trechos destinados a
receber melhorias de infra-estrutura- e rende, para o incorporador que os compra, metros
quadrados extras de construção em regiões da cidade com
estoque disponível.
Mas, nas duas operações que
se valem dessa forma de captação de fundos -Água Espraiada e Faria Lima, ambas na zona
oeste-, não há, no momento,
Cepacs em oferta.
Segundo informações da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), a emissão dos títulos acontece para financiar
intervenções urbanísticas específicas na operação urbana
-e deve ser solicitada pelo grupo gestor da operação, que inclui entidades públicas e civis.
Na Água Espraiada, por
exemplo, uma captação foi feita
em 2004 para construir a ponte
Octavio Frias de Oliveira e 600
unidades habitacionais de interesse social.
Os relatórios de estoque de
metros quadrados relativos às
emissões de Cepacs podem ser
consultados no site www.emurb.com.br.
Funções
Para Fernanda Gabriela, professora de sustentabilidade da
Business School São Paulo, o
controle da venda de Cepacs
serve para estabelecer limites
ao crescimento urbano.
Na opinião do arquiteto e urbanista Wilson Marchi, o mecanismo poderia ser ampliado
para outras regiões da cidade.
"Em 2006, o Plano Diretor
deveria ter sido revisto", afirma. "Se isso tivesse sido feito,
talvez hoje houvesse mais áreas
de projetos urbanos."
Se "os Cepacs permitem que
a iniciativa privada patrocine
obras públicas", como lembra
João Crestana, presidente do
Secovi-SP (sindicato imobiliário), é importante que não virem instrumento de especulação, completa a urbanista Nadia Somekh, diretora do curso
de arquitetura do Mackenzie.
"A prefeitura deve perceber
onde há infra-estrutura e capacidade de crescimento para depois pedir aporte financeiro da
iniciativa privada", diz.
(MD)
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