São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

Próximo Texto | Índice

Inseguro

Em caso de invalidez, mutuário pode levar anos para obter a quitação do bem financiado

Ilustrações Osvaldo


MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No financiamento da compra de um imóvel, uma fatia da parcela mensal vai, obrigatoriamente, para dois seguros.
Um deles é para cobertura contra morte e invalidez do comprador; seu valor aumenta conforme a idade do tomador do empréstimo. O outro protege contra danos físicos do bem.
O serviço é pago a uma seguradora parceira do banco em que se contrata o crédito -o consumidor não pode optar por outra empresa (leia à pág. 4).
Os seguros chegam a responder por até 46% da parcela, no caso de o contratante do financiamento ter mais de 70 anos.
"Se duas pessoas compõem renda para comprar um imóvel, caso uma delas morra ou fique inválida, haverá a quitação de sua parte pela seguradora", explica Marcelo Manhães, presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
Mas não é sempre que isso ocorre. Principalmente em casos de invalidez, há quem precise de muitos anos para conseguir que o seguro pague a sua parte. É o que conta D.E.R., consultor de marketing.
Ele tem financiamento em dois bancos públicos e, mesmo declarado inválido pelo Judiciário, segue tendo de pagar as parcelas. Ele diz que os bancos recorrem da decisão da Justiça.
O ex-empresário J.M., 56, também enfrenta a cobrança por parte da instituição que financia sua casa. Baleado em um assalto, ele ficou com uma série de movimentos comprometidos e foi declarado inválido pelo Judiciário.
Enfrentou ainda problemas como depressão. Nas parcelas que ainda paga ele vê, embutido, o valor dos seguros.
A assessoria de imprensa da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) informa que, se o mutuário estiver com a documentação em ordem, o financiamento deverá ser quitado imediatamente.

Próximo Texto: Bancos não ajudam cliente na comparação de taxas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.