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INSEGURO
Bancos não ajudam cliente na comparação de taxas
Dos 8 procurados pela Folha, apenas 3 enviaram seu tarifário completo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atualmente o cliente não pode escolher a empresa que fará
a apólice do seguro do seu financiamento -deve aceitar a
seguradora parceira do banco.
Para o advogado e diretor da
AMM (Associação dos Mutuários e Moradores das Regiões
Sul e Sudeste do Brasil), Tiago
Antolini, "a tarifa não é bem explicada à população na hora de
assinar o contrato, e não detalham como é calculada".
Na maioria das vezes há três
fatores que pesam no momento
do cálculo do seguro. "A idade
do comprador [quanto mais velho, mais cara a apólice], o valor
do imóvel e a duração do financiamento", especifica Antolini.
Raphael Rottgen, sócio-diretor da Sagace, consultoria de
crédito imobiliário, opina que
mais empresas disputando esses clientes seria saudável. "O
cliente poderia escolher o melhor preço", afirma.
"Há diferenças grandes de
preço entre uma instituição e
outra. Dá para economizar bastante. Ao pesquisar valores, é
importante ver o custo efetivo
total, não apenas a taxa de juros", ensina Rottgen.
Transparência
A falta de clareza citada por
Antolini foi comprovada pela
reportagem. Muitos bancos
não mandaram suas tarifas
completas de seguro de financiamento pedidas pela Folha.
Banco do Brasil e Bradesco
enviaram apenas simulações
com uma ou duas faixas de perfil de contratante.
O Santander-Real mandou
as faixas mínima e máxima de
valores. Apenas HSBC, Caixa
Econômica Federal -que baixou as taxas de seguro em agosto- e Nossa Caixa mandaram
seu tarifário completo.
Os bancos Citibank e Itaú-Unibanco, também procurados, não divulgaram taxas praticadas nem simulações.
Maria Elisa Novais, advogada do Idec (Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor),
ressalta que a pouca transparência dos bancos pode prejudicar a pesquisa de preços por
parte dos clientes.
"É melhor que o comprador
saiba de antemão as tarifas praticadas, para facilitar a comparação", observa.
Simulações
Com base nos dados recebidos, a reportagem da Folha solicitou ao matemático José Dutra Vieira Sobrinho que realizasse alguns cálculos com os
valores mínimos e máximos de
seguro praticados. Dutra preferiu não comparar diretamente
as taxas de cada banco.
O seguro chega a custar 23
vezes mais para o mutuário que
tem mais de 70 anos, em comparação ao que está na faixa
dos 31 aos 35 anos (confira no
quadro ao lado).
(MARIANA DESIMONE)
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