São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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BUG DO MILÊNIO

Empresas ainda temem o bug

Associated Press
Os atores Ken Olin, Lauren Tom e Joe Morton (da esq. para a dir.) em cena de 'Y2K: o Filme'. No dia da exibição nos EUA, dia 21 de novembro, a rede NBC teve de avisar aos telespectadores que o filme era apenas ficção e não um fato verdadeiro


HENRIQUE MARTIN
da Reportagem Local

A um mês da virada para o ano 2000, as empresas dizem estar preparadas para enfrentar o bug do milênio. Mas planejam plantões, suspendem férias dos funcionários em dezembro e janeiro e elaboram planos de contingência para esperar o Ano Novo sem sustos com computadores.
Os planos de contingência prevêem pelo menos o uso de geradores de energia, meios alternativos de comunicação -como a Internet- e de transporte.
A Folha verificou como está a preparação dos principais setores que podem correr riscos no Ano Novo. Todos dizem que as falhas foram corrigidas e que o cidadão não deve se preocupar à meia-noite de 31 de dezembro.

GOVERNO FEDERAL -
O Ministério da Defesa tem um plano de contingência que prevê a participação do Exército para garantir a continuidade dos serviços públicos em caso de pane por causa do bug. Novos testes antibug serão feitos neste mês. Em todo o país, cerca de 10 mil pessoas estarão de plantão ou pronto aviso para eventual emergência.

ENERGIA ELÉTRICA -
Qualquer falha nesse sistema pode deixar o país no escuro. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informa que todas as providências foram tomadas, e os testes, feitos nas empresas do setor. A Eletropaulo Metropolitana (fornecedora da Grande SP) diz que gastou cerca de R$ 15 milhões com prevenção ao bug. Caso ocorram falhas na comunicação, serão usados celulares, rádios, telefones, veículos, fax, rede interna de comunicações e, se tudo der errado, motoboys e helicóptero.

TELEFONIA -
No dia 20 de agosto, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) fez um teste com as operadoras de telefonia fixa, celular e de longa distância do país. Em funcionamento normal, a data dos sistemas foi mudada para 31 de dezembro, simulando a virada do ano, sem problemas. Segundo a Anatel, os planos de contingência estão prontos. Como as linhas telefônicas costumam ficar congestionadas na virada do ano, a Telefônica informou que vai dar descontos aos usuários que não efetuarem chamadas no horário de pico no Ano Novo.

SISTEMA BANCÁRIO -
A Febraban diz que não é necessária a corrida aos bancos no final do mês para sacar dinheiro ou retirar extratos. A entidade fez cinco testes integrados em 1999 com o sistema bancário brasileiro, incluindo testes com o ano bissexto (que poderia trazer algum problema), compensação de cheques e pagamentos de aposentadorias. "O dinheiro não vai sumir por causa do bug", diz Wilson Gutierrez, coordenador do grupo de trabalho do ano 2000 da Febraban. Na equipe de comando antibug do Bradesco, 400 pessoas estarão de plantão. No Itaú, equipes de diversas áreas também estarão de prontidão.

AEROPORTOS -
O medo de muitos por causa do bug é que os aviões voem descontrolados na virada do ano. Mas poucos devem estar voando nessa hora, segundo a Infraero (que administra os aeroportos brasileiros). De acordo com Wagner Mussato, assessor da presidência da Infraero, o movimento costuma ser menor na passagem do ano. "Muitas empresas devem cancelar os vôos". Na hora da virada, devem estar nos 67 aeroportos administrados pela Infraero cerca de 150 aviões.


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