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Tec-tec-tec
TVs e estúdios apostam no celular
Marissa Roth - 18.out.07/New York Times
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O executivo Cyriac Roeding, da CBS Mobile, ladeado por Briana Lane (esq.) e Ashley Hartman
DO "NEW YORK TIMES"
Quando a CBS Mobile lançou
o "Daily Delivery", um vídeo de
curta duração para celulares
destacando as lojas da moda em
Los Angeles e os equipamentos
eletrônicos mais transados, experimentou um desastre. Mas a
unidade da rede de TV encarregada de criar conteúdo para telefones observou que o interesse aumentava quando apareciam celebridades.
Os executivos abandonaram
a idéia inicial e retornaram com
um programa atualizado duas
vezes ao dia e dedicado a fofocas sobre gente famosa e a notícias bizarras. Virou um dos programas originais da rede mais
vistos na tela dos celulares.
"Com freqüência, vemo-nos
obrigados a matar nossos próprios bebês", disse Cyriac Roeding, vice-presidente-executivo da CBS Mobile.
O lançamento do iPhone
mostrou a um público mais amplo -e mais velho- que os celulares podem ser aparelhos
multimídia. E o sistema Google
Phone deverá permitir o acesso
a uma gama ainda maior de
produtos de entretenimento.
Como resultado, várias empresas, entre as quais a Disney e
a NBC, criaram apetite por explorar essa nova tecnologia da
mesma forma como fizeram
quando os DVDs tornaram-se
populares, na década de 1990.
Rodopiando dentro desse furacão de experimentações e elaboração de acordos comerciais
encontra-se a pergunta sobre
como alguém conseguirá faturar com essa nova plataforma.
Acordos e parcerias
Os estúdios de cinema e as
redes de TV estão sob pressão
para fazer dinheiro da forma
como puderem. Além disso,
precisam selar parcerias com
empresas de telefonia móvel,
pressionadas atualmente para
abrir mão do controle financeiro exercido sobre os usuários
de suas redes.
Na CBS Mobile, Roeding negocia acordos complicados com
parceiros como a AT&T e a Verizon Wireless, bem como supervisiona os jogos e as propagandas para os celulares.
Tomemos, por exemplo, o
"Big Brother". Em agosto, uma
versão para celular do programa da CBS foi exibida 24 horas
por dia no canal que ela possui
dentro da rede MediaFLO, da
Qualcomm, incluída nos aparelhos da Verizon Wireless.
A CBS exige atualmente que
seus executivos participem da
apresentação do "Wireless
101", feita por Roeding. O empresário criou uma nova divisão com chamadas e notícias
para os celulares a fim de conquistar os usuários jovens.
Os atores, diretores e roteiristas também desejam garantir sua fatia do bolo.
Cooptação
Ashley Hartman, 22, por
exemplo, uma atriz parecida
com Jessica Simpson, que representa o rosto da área de entretenimento da CBS Mobile,
tem conseguido tanto destaque
atuando como VJ do serviço
quanto obteve ao participar do
seriado "The O.C.", da Fox.
E Roeding está cooptando
nomes consagrados da CBS.
Ele janta mensalmente com
Anthony Zuiker, produtor da
série "CSI: Crime Scene Investigation", a fim de conversar sobre jogos para celulares, entre
os quais o novo "CSI: Miami".
Zuiker, porém, mostra-se um
tanto desconfiado em relação à
nova mídia e, até agora, encara
os jogos para celulares e outros
conteúdos do tipo como produtos meramente promocionais.
"Eu deveria levar as pessoas de
volta à TV", afirmou.
Roeding, um ex-consultor da
McKinsey que se parece muito
com o ator Cary Elwes no filme
"A Princesa Prometida", não se
deixa abater pelo desafio; pelo
contrário, diz-se empolgado
com a possibilidade de atingir
um grande universo de consumidores. "Não faz sentido lutar
por um negócio que ainda não
existe", disse. "Primeiro, devemos criar algo que os consumidores gostariam de ver."
Ou, nas palavras de Quincy
Smith, chefe de Roeding e presidente da CBS Interactive:
"Precisamos evoluir para deixarmos de ser uma empresa de
conteúdo para sermos uma empresa de audiência."
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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