DA "TECHNOLOGY REVIEW"

Pesquisadores estão trabalhando em programas de investigação digital para analisar fotos falsas. Isso porque a sofisticação dos softwares de edição de imagem permite tornar as imagens tão engraçadas quanto fraudulentas. No último mês, por exemplo, o "Wall Street Journal" disse que uma foto de um antílope tibetano perambulando ao lado de um trem de alta velocidade, publicada pela agência estatal de notícia da China, era falsa.
Ferramentas que analisam a iluminação estão entre as mais úteis porque "é difícil distorcer luzes sem deixar rastros", diz Micah Kimo Johnson, pesquisador do Departamento de Ciências Cognitivas no MIT (do inglês Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Os programas de Johnson trabalham analisando a luz da imagem baseados em pistas deixadas nas várias camadas da foto quando se faz uma montagem. A modelagem abrange o uso de números em uma complexa equação que representa o total de luzes. Esses números são comparados com os resultados de outras camadas. Conforme a variação entre elas, há grandes chances de a foto ter sido manipulada.
Neal Krawetz, dono da consultoria Hacker Factor, exibiu suas ferramentas em fevereiro, durante conferência Black Hat 2008, em Washington. Entre elas, há uma que foca em um único pixel e procura os pixels mais iluminados ao redor. Ela assume que a luz vem de uma certa direção, processa a imagem de acordo com essa hipótese e codifica as cores com base nas fontes de luz.
Para Cynthia Baron, diretora de programas de mídia digital da Universidade Northeastern e autora de um livro sobre o assunto, é preciso criar interfaces melhores para as ferramentas já existentes a fim de torná-las acessíveis ao público em geral.